Um dia após a confirmação da morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, na Indonésia, a família da jovem usou as redes sociais nesta quarta-feira (25) para fazer uma acusação contundente: segundo eles, houve negligência na operação de resgate. Em um comunicado, os familiares afirmaram que a demora das equipes de socorro em chegar até Juliana foi crucial para o desfecho trágico e prometeram lutar por justiça.
A jovem, que caiu de uma encosta de aproximadamente 300 metros enquanto fazia uma trilha no vulcão Rinjani no último sábado (21), ficou mais de 70 horas desamparada, ferida e em um local de acesso extremamente difícil. “Juliana sofreu uma grande negligência por parte da equipe de resgate. Se a equipe tivesse chegado até ela dentro do prazo estimado de 7h, Juliana ainda estaria viva”, diz o texto publicado pela família, que agora canaliza o luto em um clamor por respostas. “Agora nós vamos atrás de justiça por ela, porque é o que ela merece! Não desistam de Juliana”, finalizaram.
A família também deu atualizações sobre o complexo processo de remoção do corpo, informando que o içamento da maca até o topo do penhasco só foi concluído na tarde de terça-feira (horário local) e que o deslocamento a pé até a entrada do parque levaria cerca de 8 horas, o que ilustra a dificuldade da operação que, segundo eles, demorou demais para ser efetivamente iniciada.
A carta de despedida e a dor de um pai
Em meio à revolta e à busca por justiça, a dor da perda foi expressa em uma comovente carta de despedida publicada pelo pai de Juliana, Manoel Marins. Com uma foto da família, ele abriu o coração sobre a filha.
“Ah, Juju, minha linda, meu tesouro, minha filha, meu amor. Você sempre foi muito especial. Sapeca, inquieta, de sorriso lindo e uma imensa vontade de viver intensamente”, iniciou o pai. “Sempre preocupada comigo e com a Estela. Dizia que iria cuidar de nós na nossa velhice, embora eu lhe dissesse que isso não era necessário, que você deveria viver a sua vida”, relembrou, em um trecho que emocionou os internautas. “Custo a acreditar que esses momentos não mais se repetirão”, lamentou.
Relembre o caso
A tragédia que mobilizou o Brasil começou no último sábado (21), quando Juliana Marins se acidentou durante uma trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok. A dificuldade de acesso e as condições climáticas adversas, como forte neblina, atrasaram as buscas. A confirmação de sua morte veio na terça-feira (24), após quatro dias de angústia e uma grande campanha nas redes sociais, que contou com o apoio de diversos famosos, que pediam por mais agilidade e apoio do governo brasileiro.