A ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29), em Roma, na Itália. A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça do Brasil. A prisão ocorre após ela ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão por seu envolvimento na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Considerada foragida pela Justiça brasileira desde que deixou o país, Zambelli, que também possui cidadania italiana, teve sua localização revelada à polícia local por um parlamentar italiano.
A denúncia do parlamentar italiano
A captura da ex-parlamentar foi viabilizada pela ação do deputado italiano Angelo Bonelli. Na última segunda-feira (28), ele publicou em sua conta na rede social X que havia informado às autoridades italianas o endereço exato onde Zambelli estaria residindo em Roma.
“Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Informei a localização à polícia, que está realizando a identificação neste momento”, escreveu Bonelli na ocasião, indicando que a operação policial já estava em andamento um dia antes da prisão ser efetuada.
A condenação e o pedido de extradição
Carla Zambelli foi condenada em última instância pelo STF por participação em um esquema que, segundo as investigações, inseriu documentos e mandados de prisão falsos no sistema do CNJ, incluindo um contra o próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes.
Após a condenação, a ex-deputada deixou o Brasil, utilizando sua cidadania italiana para se estabelecer na Europa. O Ministério da Justiça brasileiro já havia formalizado um pedido de extradição para a Itália, e o nome de Zambelli constava na lista de difusão vermelha da Interpol.
Com a prisão efetuada, o processo de extradição agora entra em uma nova fase, dependendo da decisão da Justiça italiana sobre o pedido brasileiro. A dupla cidadania pode ser um fator complicador no processo, mas a cooperação entre as autoridades dos dois países foi fundamental para a captura. A expectativa é que o governo da Itália se pronuncie oficialmente sobre o caso nos próximos dias.