Joe Caroff, um dos designers gráficos mais influentes, porém desconhecidos, do século XX, morreu no último domingo (17). Ele estava em sua casa em Manhattan e tinha 103 anos, a apenas um dia de completar 104. Caroff foi o gênio criativo por trás de algumas das imagens mais icônicas da cultura pop. Seu trabalho mais famoso, no entanto, é o logotipo da arma 007 para a franquia James Bond. Ele também criou o pôster de Amor, Sublime Amor (1961).

A morte foi confirmada por seus filhos ao jornal The New York Times.

A criação do logo de James Bond

A história por trás do logo de James Bond é um exemplo da criatividade de Caroff. Em 1962, um executivo da United Artists o contratou. Primeiramente, ele pediu um pequeno “enfeite” para um comunicado de imprensa do filme 007 contra o Satânico Dr. No. Caroff, então, teve uma ideia espontânea.

“Eu sabia que a designação [de Bond] era 007”, lembrou ele em uma entrevista de 2021. “Quando escrevi a base do sete, pensei: ‘Isso me parece o cabo de uma arma'”. Assim, ele anexou um cano e um gatilho, criando o símbolo instantaneamente reconhecível. Pelo trabalho, ele recebeu apenas US$ 300 e nenhum crédito ou royalties. No entanto, o logo lhe rendeu “muitos negócios”. Décadas depois, os produtores de James Bond o presentearam com um relógio de luxo em seu 100º aniversário.

O mestre dos pôsteres de cinema

Além do logo de James Bond, o portfólio de Caroff é vasto. Ele trabalhou em mais de 300 campanhas de filmes. Ele desenhou, por exemplo, o famoso pôster de Amor, Sublime Amor, com as silhuetas dos amantes em uma escada de incêndio. Ele também criou cartazes para clássicos como Cabaret (1972), Por um Punhado de Dólares (1964) e Manhattan (1979), de Woody Allen.

Uma vida dedicada ao design

A carreira de Joe Caroff começou cedo. Enquanto estudava no Pratt Institute, no Brooklyn, ele auxiliou na criação de cartazes de propaganda para a Segunda Guerra Mundial. Depois, ele serviu no Exército dos EUA, jogando de aviões os panfletos que ele mesmo ajudou a desenhar.

Após a guerra, ele abriu seu próprio negócio. Seu primeiro trabalho pago foi a capa do livro de estreia de Norman Mailer, “Os Nus e os Mortos” (1948). Em 1965, ele fundou sua própria agência, a J. Caroff Associates. Ele se aposentou apenas aos 86 anos, em 2006, para se dedicar à pintura.

Apesar de seu imenso impacto, Caroff sempre foi humilde. Ele jogou fora a maior parte de seus trabalhos originais. “Eu nunca atribuí o que eu fazia a qualquer grandeza”, disse ele. “Eu estava apenas trabalhando, ponto final.”

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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