Kate Moss reflete sobre impacto de sua imagem na cultura dos anos 90 e críticas de pais

Uma das maiores modelos dos anos 1990 e ícone de uma era marcada por padrões de beleza controversos, Kate Moss revelou no documentário In Vogue: The 90s ter enfrentado ataques de pais que creditavam a ela os transtornos alimentares de suas filhas. O estilo magérrimo que Moss popularizou, conhecido como “heroína chique”, foi amplamente criticado por sua associação com a aparência esquálida e com comportamentos prejudiciais à saúde.

Moss, hoje com 50 anos, compartilhou que frequentemente era abordada na rua por pais de jovens anoréxicas. “Os pais vinham até mim e diziam: ‘Minha filha é anoréxica’. Era horrível”, revelou a modelo, destacando o peso das acusações. Ela refletiu sobre o impacto de seu corpo magro na indústria da moda e na sociedade, argumentando que parte da reação negativa vinha da surpresa das pessoas com seu físico. “Acho que porque eu era magra, e as pessoas não estavam acostumadas a ver pessoas magras. Mas se eu tivesse seios grandes, não teria sido um problema tão grande”, comentou, em alusão às mudanças nos padrões de beleza da época.

O controverso “heroína chique” e o legado de Moss

A imagem de Kate Moss virou um símbolo do “heroína chique” após sua capa na Vogue de junho de 1993, quando tinha apenas 19 anos. O ensaio, que apresentava Moss em lingerie, trouxe um novo padrão estético, distante das curvas exuberantes de modelos anteriores, e que foi duramente criticado por especialistas em saúde e defensores de uma imagem corporal saudável. Apesar da controvérsia, uma das fotos desse ensaio está atualmente exposta no Victoria and Albert Museum, em Londres, destacando o impacto cultural de sua imagem.

Moss, no entanto, hoje se arrepende de algumas de suas falas da época, em especial uma declaração de 2009 que foi amplamente divulgada e criticada. Ao dizer que “nada tem um gosto tão bom quanto a sensação de magreza”, a frase acabou sendo usada por comunidades pró-anorexia, perpetuando padrões prejudiciais. No documentário, a modelo esclareceu que a frase era uma “piada interna” entre ela e uma amiga, e que não tinha a intenção de promover comportamentos nocivos.

Reflexão sobre a responsabilidade na moda

As revelações de Kate Moss trazem à tona uma reflexão sobre a responsabilidade das figuras públicas e da indústria da moda na promoção de padrões de beleza e saúde. O impacto de sua imagem nos anos 1990 reverbera até hoje, com a “heroína chique” sendo lembrada como um dos períodos mais controversos na moda, marcado por uma estética de corpos extremamente magros e pela pressão que isso exerceu sobre milhões de jovens.

Com seu legado profundamente enraizado na cultura pop, Moss agora olha para trás com mais sensibilidade, reconhecendo o peso que suas imagens e palavras tiveram em uma geração.

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