2ª ATUALIZAÇÃO: Apesar da Lei Marcial ter sido dissolvida, o exército sul-coreano afirmou que ela só cairá sob ordens do atual presidente. Ou seja, na prática, ela segue em vigor. A informação é da emissora sul-coreana YTN.
ATUALIZAÇÃO: A Lei Marcial já foi dissolvida pelos parlamentares que conseguiram adentrar no parlamento.
Presidente da Coreia do Sul declara lei marcial em discurso ao vivo e acusa oposição de ameaçar a democracia
Em um discurso transmitido ao vivo nesta terça-feira (3), o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, anunciou a imposição de lei marcial no país, em uma decisão que, segundo ele, foi tomada para proteger a ordem constitucional e combater ameaças internas. Yoon alegou que a medida era necessária para enfrentar uma crise política gerada pela oposição, que estaria colocando o futuro do país em risco, bloqueando processos essenciais para a estabilidade nacional.
Durante o pronunciamento, Yoon afirmou que os partidos de oposição, em especial o Partido Democrático, haviam sequestrado o processo parlamentar e buscavam desestabilizar o país, com ações como uma moção de impeachment contra os principais responsáveis pela administração sul-coreana e a rejeição de propostas orçamentárias do governo. Para o presidente, essas atitudes representavam um “comportamento antiestatal claro” e um risco iminente para o funcionamento da nação.
Justificativas e críticas ao Partido Democrático
Yoon declarou a lei marcial com o intuito de proteger a “livre República da Coreia” de forças comunistas, especialmente da ameaça da Coreia do Norte, e de erradicar o que chamou de “forças anti-Estado” que estariam prejudicando a liberdade e a felicidade do povo sul-coreano. Ele citou ainda que, devido às ações da oposição, a Assembleia Nacional se tornara um “covil de criminosos” e um “monstro” que minava a democracia liberal do país.
O presidente também criticou a oposição por criar um ambiente de desordem, que afetaria a segurança pública e a estabilidade social, mencionando que a nação estava à beira do colapso devido ao que considerou como ações desestabilizadoras.
Embora tenha reconhecido que a lei marcial poderia causar inconvenientes à população, Yoon prometeu que os esforços para minimizar o impacto da medida seriam feitos, com o objetivo de restaurar rapidamente a normalidade no país. Ele ainda afirmou que, com a lei marcial, o governo sul-coreano poderia eliminar as forças antiestatais e garantir a sobrevivência do sistema democrático.
Bloqueio no Parlamento e repercussão interna
A reação à medida de Yoon não demorou a aparecer. De acordo com reportagens locais, a entrada do Parlamento sul-coreano foi bloqueada, impedindo a entrada de legisladores, e o presidente da Casa Legislativa estava indo à Câmara para tentar convocar uma sessão. A situação gerou tensão, e a oposição ainda não se manifestou sobre o futuro das negociações políticas e as ações legais contra o governo.
Esse episódio marca um momento de grave crise política e institucional na Coreia do Sul, com a imposição de lei marcial representando uma medida extrema diante da polarização crescente no país. A situação permanece instável, e a comunidade internacional observa atentamente os próximos passos do governo sul-coreano e a resposta da oposição.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
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