Em uma reviravolta monumental, a ABC, de propriedade da Disney, reverteu sua decisão e anunciou nesta segunda-feira (22) que o programa Jimmy Kimmel Live! retornará ao ar na terça-feira. A suspensão “por tempo indeterminado”, que durou menos de uma semana, chega ao fim após uma onda de críticas sem precedentes vinda de todos os cantos de Hollywood, do cenário político e até de dentro do próprio órgão regulador do governo.

A decisão da emissora de suspender Jimmy Kimmel por seus comentários sobre o assassinato de Charlie Kirk havia desencadeado um debate nacional sobre liberdade de expressão, censura e pressão política, culminando em uma carta aberta assinada por centenas das maiores estrelas do mundo.

A onda de apoio de Hollywood e da política

A pressão para que a ABC revertesse sua decisão foi massiva e unificada. Na segunda-feira, a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) divulgou uma carta aberta assinada por cerca de 400 personalidades, incluindo Tom Hanks, Jennifer Aniston, Meryl Streep e Jamie Lee Curtis, condenando a suspensão.

O ex-presidente Barack Obama classificou a situação como um “nível novo e perigoso” de cultura do cancelamento. Sindicatos poderosos como o SAG-AFTRA (sindicato dos atores) e o WGA (sindicato dos roteiristas) também emitiram comunicados duros, criticando o que chamaram de “covardia corporativa”. Até mesmo uma das comissárias da FCC, Anna M. Gomez, criticou publicamente a intimidação de seu próprio presidente.

A declaração da Disney e o impasse com Kimmel

Em seu comunicado anunciando o retorno do programa, a Disney tentou justificar sua ação inicial. “Na quarta-feira passada, tomamos a decisão de suspender a produção para evitar agravar ainda mais a situação tensa”, disse a empresa, classificando os comentários de Kimmel como “inoportunos e, portanto, insensíveis”. “Passamos os últimos dias conversando com Jimmy e (…) tomamos a decisão de retornar o programa.”

Nos bastidores, no entanto, a situação era de impasse. Fontes afirmam que Jimmy Kimmel se recusou a pedir desculpas e planejava usar seu programa para se defender, argumentando que suas falas foram tiradas de contexto. A Disney, temendo que isso piorasse a situação, optou pela suspensão.

Relembre a crise que tirou o programa do ar

A crise começou na semana passada, quando Kimmel, em seu monólogo, especulou que o assassino de Charlie Kirk era um apoiador de Donald Trump. A fala gerou uma reação imediata do presidente da FCC, Brendan Carr, que ameaçou as licenças das emissoras afiliadas da ABC. Pressionada, a Nexstar, um dos maiores grupos de emissoras do país, anunciou que deixaria de exibir o programa, o que levou à suspensão nacional pela ABC. Ainda não está claro se todas as afiliadas, como a Nexstar e a Sinclair, retomarão a exibição do programa nesta terça-feira.

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