Cineasta Francesca Gregorini acusa “Servant” de plagiar seu filme “A Grande Ilusão” e pede US$ 81 milhões em indenização.

O julgamento do processo movido pela cineasta Francesca Gregorini contra M. Night Shyamalan e os produtores da série Servant começou na cidade de Riverside, Califórnia. Gregorini acusa os criadores da série de plágio, alegando que há várias similaridades entre sua obra A Grande Ilusão (2013) e a produção da Apple TV+. A cineasta busca uma indenização de US$ 81 milhões (aproximadamente R$ 490 milhões) devido às semelhanças entre os projetos.

Similaridades entre “A Grande Ilusão” e “Servant”

Durante o primeiro dia de julgamento, o advogado de Gregorini, Patrick Arenz, apresentou clipes comparando cenas e elementos de ambos os trabalhos. A Grande Ilusão, filme independente estrelado por Jessica Biel, e Servant, série que foi transmitida entre 2019 e 2023, compartilham temas e situações semelhantes. A sinopse de A Grande Ilusão descreve a história de uma jovem que se preocupa com sua vizinha, que tem uma semelhança impressionante com sua mãe falecida, enquanto a de Servant aborda um casal que sofre após uma tragédia e permite que uma força misteriosa invada sua casa.

A semelhança que Gregorini aponta se refere ao enredo que envolve uma mãe emocionalmente abalada que cria uma relação com uma boneca, tratando-a como um bebê real. Além disso, uma babá se torna cúmplice da situação, elemento presente em ambas as produções.

Defesas e argumentos

O advogado de Gregorini afirma que o caso é simples: “Não existiria ‘Servant’ sem ‘A Grande Ilusão’”. Durante o julgamento, Shyamalan e os produtores de Servant, incluindo Taylor Latham, Matt Cherniss e o escritor Tony Basgallop, defenderam a originalidade da série. A advogada de defesa, Brittany Amadi, destacou que o roteirista de Servant começou a desenvolver o projeto antes mesmo do lançamento de A Grande Ilusão, refutando a alegação de plágio.

Amadi também criticou o pedido de indenização, dizendo: “A Sra. Gregorini está pedindo US$ 81 milhões por um trabalho que não é dela”, e argumentou que os criadores de Servant não têm nenhuma relação com a cineasta.

O andamento do processo

Francesca Gregorini iniciou o processo contra os produtores de Servant em 2020, logo após o lançamento da série. Inicialmente, o caso foi dispensado por um juiz federal, mas, após recurso, uma corte californiana decidiu que as duas obras poderiam ser consideradas “substancialmente parecidas”, levando ao julgamento atual. Não há previsão para o término do caso.