O diretor Ryan Coogler abriu o coração sobre o processo de luto que enfrentou após a morte de Chadwick Boseman, estrela de Pantera Negra, durante a produção de Wakanda Para Sempre. Em entrevista ao The Guardian, Coogler revelou que o impacto emocional da perda foi tão profundo que, por muito tempo, ele usou o trabalho como uma forma de lidar com a dor — até perceber que isso só adiava o inevitável.

“O trabalho me distraiu da ausência de Chad”

Coogler compartilhou que, embora o trabalho intenso em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre tenha funcionado como um escape emocional no início, ele logo sentiu o peso real da perda após o lançamento do filme, em 2022.

“Às vezes, é realmente um alívio ter algo para fazer, então você não fica preso àquela sensação terrível”, disse o cineasta. “Mas depois percebi que todo o trabalho só me distraiu do fato de que Chad não faria mais filmes. E aí meu coração se partiu quase ainda mais.”

O ator Chadwick Boseman, que interpretou o rei T’Challa, faleceu em 2020 após uma batalha privada contra um câncer de cólon. A notícia pegou fãs e colegas de surpresa, incluindo a equipe da Marvel, que já desenvolvia a sequência do sucesso de 2018.

A dor coletiva nos bastidores de Wakanda

Nate Moore, produtor dos dois filmes Pantera Negra, também falou sobre o desafio de seguir em frente com o projeto sem seu protagonista. Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Moore revelou que houve momentos em que a continuação chegou a ser colocada em dúvida.

“Estávamos preparando um filme com T’Challa no centro. A morte de Chadwick foi um choque. Tivemos aquelas conversas que você tem quando perde alguém: ‘Deveríamos mesmo fazer este filme?’”

Segundo ele, a possibilidade de substituir Boseman nunca foi considerada, tamanha era sua importância para o papel e para o universo construído no primeiro longa.

“Seria um desserviço a todos dizer: ‘Fique nesse lugar, finja que nada aconteceu’. Não dava. A questão era: como continuar com o filme e manter a equipe unida?”

Um tributo cinematográfico e emocional

Wakanda Para Sempre acabou se tornando não apenas uma sequência, mas um tributo emocional a Chadwick Boseman, e foi aclamado por sua sensibilidade em abordar o luto tanto dentro quanto fora das telas.

Para Coogler, o projeto foi ao mesmo tempo cura e dor.

“Foi um processo devastador. Mas também uma forma de honrá-lo.”

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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