Uma das lendas urbanas mais macabras e persistentes da história do hip-hop foi finalmente confirmada por uma das pessoas que estava lá. Marion ‘Suge’ Knight, o controverso ex-CEO da gravadora Death Row Records, revelou em uma nova entrevista concedida da prisão à revista People que os amigos mais próximos de Tupac Shakur realmente fumaram parte das cinzas do rapper após sua cremação, em um ritual de despedida.
Na entrevista, Suge Knight, que cumpre uma pena de 28 anos por um atropelamento fatal, relembrou os dias caóticos que se seguiram ao assassinato de Tupac em setembro de 1996. Ele contou que, após a cremação do artista, um ato que ele alega ter custeado com um milhão de dólares em dinheiro vivo a pedido da mãe do rapper, Afeni Shakur, um ritual incomum aconteceu. “Uma bolsa com as cinzas dele passou por todos. Os amigos bolaram e fumaram”, afirmou o ex-produtor.
O ritual “simbólico” e a recusa por liberdade condicional
Knight explicou a motivação por trás do ato, que para muitos soa bizarro. “Você precisa entender que isso é o que fazia sentido [para eles]. Foi simbólico… eles ficaram com uma parte dele”, contextualizou.
No entanto, o próprio Suge, que estava ao lado de Tupac no carro durante o atentado a tiros, revelou que não participou do ritual por um motivo bastante pragmático. “Fico feliz em dizer que estava em liberdade condicional e não podia fumar”, contou, aos risos. “Eu falei para a mãe dele: ‘Eu adoraria, mas se eu der um tapa, vou me meter em encrenca’. Provavelmente eu fui o único que não fumou”, relembrou.
As horas finais de Tupac
Na entrevista, o ex-magnata do rap também relembrou os momentos de desespero após a emboscada em Las Vegas, que ocorreu depois de assistirem a uma luta de Mike Tyson. “Eu saí [do carro] e tentei explicar aos policiais o que aconteceu enquanto sangrava por todo lado”, disse Suge, que sofreu ferimentos mais leves. “Depois, tirei Tupac de dentro do carro. Precisei tentar, todo ensanguentado, tirar o cinto de segurança dele”.
Tupac foi atingido por quatro balas e morreu no hospital uma semana depois, no dia 13 de setembro de 1996. Segundo Suge Knight, a mãe do rapper, Afeni, que faleceu em 2016, queria que o filho fosse cremado o mais rápido possível para evitar mais exposição da mídia.
A confirmação de Suge Knight adiciona um capítulo definitivo e sombrio à mitologia que cerca a morte de um dos maiores ícones do rap. Quase 30 anos depois, as histórias contadas por quem viveu de perto a ascensão e a queda de Tupac Shakur continuam a fascinar e a chocar o mundo.