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Crítica | Lady Macbeth

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•17 de agosto de 2017•5 Minutes

A Lady Macbeth de Shakespeare não demonstra qualquer afeto, alegria, nenhuma ética senão a da ambição, temendo que a consciência do marido atrapalhe sua conquista do trono. Não há incerteza, reflexão, nenhum arrependimento, apenas a confirmação da rigidez do seu caráter. É o mesmo que pode-se observar em Catierina Lvovna, a Lady Macbeth de Leskov. Pelo menos, até os instantes finais, quando uma sucumbe sob o peso do remorso, e outra vê saída em um final trágico, fatalizando seu ciúmes e sua vontade de posse. No caso da Katherine (Florence Pugh) de Lady Macbeth, longa estreante de William Oldroyd, sua firmeza é levada às últimas consequências, quando a personagem se petrifica e vemos que seu desejo é ser imperadora da própria mediocridade onde está presa.

Pontuadas as principais diferenças entre as personagens que basearam a protagonista do filme, cabe dizer que anda na corda bamba entre o pretensioso e o fresco. Este Lady Macbeth é o que Amor & Amizade foi para o circuito comercial do ano passado – ainda que particularmente prefira o baseado em Jane Austen.

Na adaptação da vez, o ambiente russo é substituído pelo inglês, no século XIX. Katherine acaba de se casar com o filho de um aristocrata rural e, desde então, suas liberdades foram absolutamente privadas. A moleca que não se esconde nem nos primeiros segundos de filme deve aprender a se portar como uma dama de vestido bufante em um cenário muito pouco glamouroso.

O marido (Paul Hilton) é um covarde, insatisfeito com a sua condição. Impotente, não transa com a mulher. Consequentemente, não gera um herdeiro. Relega Katherine à posição de abajur. Com a mesma brutalidade humilhadora, o sogro (Christopher Fairbank) também faz exigências quanto ao seu comportamento. Desde o começo, Katherine sabe, porém, que agora é uma senhora. E a partir de uma naturalidade da vingança, a personagem tenta contornar a situação para desfrutar do seu prazer.

Mas qual o espaço para a ambiguidade que carrega o nome “Macbeth”? A fotografia limpa evoca um filme em que as mediações estão dissolvidas; nega-se um espírito de época estereotipado como mostra de atualidade. Da mesma forma, os gestos bruscos, de menina malcriada, aproximam Katherine de uma garota do nosso século. As boas ideias são maltratadas pelo grande problema de Lady Macbeth: limitar-se à apresentação de peças em um tabuleiro.

A protagonista é a rainha, capaz de performar os mais diversos movimentos, enquanto a serviçal negra Anna (Naomi Ackie), o amante Sebastian (o falso galã Cosmo Jarvis), o marido, o sogro são todos peões, bispos ou torres à espera da punhalada final. E em cada uma dessas peças, o roteiro tenta invocar alguma discussão sobre racismo, classes, sexo, que em nada contribui para o restante do filme.

Oldroyd, diretor de teatro estreante no cinema, tem pouco há mostrar na direção. Num simplório jogo entre planos frontais e elipses, o filme tenta construir algum senso de iminência e imersão, combinando com o tom austero da história, mas também entra em conflito com os anacronismos propositais do roteiro. A economia de encenação repercute no desenho de som, visto que não há trilha sonora, mas a partir do segundo ato a pegada minimalista torna o filme mais enfadonho.

Nessa guerra de poltronas (o objetivo, afinal, é o domínio da vida privada pelo puro prazer do domínio e da rigidez do caráter) há muito pouco de interessante para ver quando ficam claros os poderes de cada um, e o que seria uma reviravolta só deixa o filme mais raso. Essa guerra de sexos entre os tempos é bem mais didática do que o filme parece reconhecer.

Lady Macbeth (idem, Reino Unido – 2017)

Direção: William Oldroyd
Roteiro: Alice Birch
Elenco: Florence Pugh, Paul Hilton, Christopher Fairbank, Naomi Ackie e Cosmo Jarvis
Gênero: Drama
Duração: 89 min

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