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Crítica | Terra Selvagem - Drama e investigação em uma reserva indígena

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•2 de novembro de 2017•7 Minutes

Era mais um dia comum na vida de Cory. Após ir buscar o filho na casa de sua ex-mulher, ele parte rumo a Reserva Indígena onde seu sogro vive, após ter sido solicitado para caçar o animal que havia matado alguns animais próximo a casa dele. Porém, enquanto seguia o rastro do predador, o personagem de Jeremy Renner acaba se deparando com o corpo de uma jovem indígena no meio da neve. Seu conhecimento sobre rastros e o próprio envolvimento com a família da vítima, e a situação em si, acaba fazendo com que o caçador una forças a equipe policial local e a recém-chegada agente do FBI Jane Banner.

Essa simples descrição, podendo ser usada em conjunto a sequência inicial da produção, serviria para, de maneira superficial, descrever o enredo de Terra Selvagem. Superficial pois o roteirista e agora diretor Taylor Sheridan utiliza-se desse acontecimento para nos trazer uma história de luto e superação, além de pequenas pinceladas sobre a situação dos povos indígenas nos Estados Unidos.

Aprofundar a história do filme e se afastar dos personagens, é impossível. Comecemos pelo protagonista da película, Cory, interpretado por um correto, por vezes “durão demais”, Jeremy Renner. Desde o início do filme são fornecidas ao espectador pequenas pistas sobre o que ocorreu com sua filha, e do seu sentimento com relação a isso. Vou tentar evitar qualquer spoiler mais forte aqui, mas com o passar da película vai ficando claro como o personagem se culpa pelo que houve a sua filha, embora suas palavras ditas ao seu amigo Martin transmitam uma a ideia de alguém que já aceitou a dor. É essa culpa a maior responsável por Cory tratar essa investigação como uma caçada, tendo assim a possibilidade de finalmente trazer justiça não só para a família da vítima, como para sua própria dor interna.

Da família da vítima, temos o personagem Martin Henson. Martin representa da desconfiança que ainda paira sobre alguns indígenas ao se depararem com pessoas pertencentes ao povo que os perseguiu por vários anos. O primeiro contato com a agente Banner exemplifica isso, dada sua postura, irritando-se até com um simples questionamento da agente sobre o por quê dele nunca ter conhecido o namorado da filha. Porém, Martin é mais do que isso. Assim como Cory, o que vemos é um homem com dor, que sente profundamente a tragédia ocorrida, principalmente após seu outro filho ter saído de casa para se unir a outros jovens que consomem drogas em um trailer distante. Por terem passado por situações semelhantes, Martin também sabe que Cory anseia pelo mesmo objetivo, e não irá descansar até alcançá-lo.

Vivida por Elizabeth Olsen, Jane Benner, talvez seja a personagem com menos peso emocional envolvido no ocorrido. Sua motivação inicial é simplesmente conseguir um caso para sair dos julgamentos em Vegas e ir a campo. Porém, com o decorrer da história e a dificuldade em trazer uma equipe do FBI ao local para ajudar, vemos a personagem tomar a investigação para si. É interessante notar como, de início, a personagem é o elemento estranho na paisagem Porém, sua atenção ao caso e bravura permitem a ela ganhar o respeito de todos, rendendo inclusive reconhecimentos do personagem principal sobre como em Wind River não há sorte, mas sim bravura e coragem.

Como dito anteriormente, além do drama pessoal, há pequenas pinceladas sobre a questão social envolvendo os massacres indígenas nos EUA, principalmente de como os povos acabaram criando uma certa revolta contra o “homem branco”. Isso se dá principalmente nos momentos iniciais da projeção, como dito anteriormente, nos momentos da interação entre a agente e a família da vítima. Porém, também há outro momento, quando a agente e o policial Ben invadem o trailer onde o filho de Martin Hanson e irmão de Natalie, Chip, está escondido. Pichado em uma parede, estão os dizeres “Meus heróis matavam cowboys”.

Uma colocação mais direta dessa crítica também se dá quando, se avaliarmos todos os envolvidos na tragédia que move o filme, nos deparamos com vários “homens brancos”, abusando, ou tentando abusar, da jovem indígena, tratando-a com desprezo.

Novato na direção, Taylor Sheridan mostra uma direção segura. Mantém o filme em ritmo constante, cadenciado, utilizando-se de uma bela fotografia apresentada por Ben Richardson, onde consegue explorar em vários momentos a beleza do território da reserva indígena coberto de neve. Na ação Sheridan também não decepciona, principalmente no ato final do filme, que como um todo, além de trazer uma boa inserção e execução do único flashback do filme, consegue transmitir toda a tensão que o momento exige, trazendo inclusive uma pequena subversão de clichê, auxiliado também pelo ótimo design de som, que consegue valorizar bastante os sons naturais.

O plano final do filme é belo. Cory encontra Martin sentado, com uma “pintura de morte” em seu rosto. Após contar que Chip ligou da delegacia e que irá buscá-lo, e receber a notícia de Cory de que “ninguém escapou” Martin pede ao amigo para sentar-se ao seu lado por um instante. Dois homens, de etnias diferentes, porém, que passaram por tragédias parecidas, contemplando o horizonte, onde a estrada aparece junto a imagem da natureza. Um indígena e um branco juntos, unidos, além da amizade, pela superação de uma semelhante tragédia.

Sim, ainda há esperança.

Terra Selvagem (Wind River, EUA – 2017)

Direção: Taylor Sheridan
Roteiro: Taylor Sheridan
Elenco: Jeremy Renner,  Elizabeth Olsen, Gil Birmingham, Kelsey Asbille e Graham Greene.
Gênero: Drama
Duração: 107 min

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Redação Bastidores

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