A série nacional “Vermelho Sangue” chegou ao Globoplay para redefinir a fantasia sobrenatural brasileira. A trama, ambientada no interior de Minas Gerais, mistura o universo de lobisomens e vampiros com lendas locais e um toque de drama adolescente. No entanto, a complexidade da mitologia da série exige que o espectador entenda alguns elementos-chave.

Portanto, para que você não se perca nos mistérios de Guarambá, separamos 5 pontos cruciais sobre a série. Além disso, estes pontos o ajudarão a mergulhar de cabeça nesta produção única:

1. O conceito inovador da “lobimoça-guará”

É fundamental entender que a série faz uma releitura da lenda do lobisomem. Em “Vermelho Sangue”, a protagonista, Luna (Letícia Vieira), é uma “lobimoça-guará”. Dessa forma, a produção não apenas inverte o gênero da figura mítica, como também a conecta ao lobo-guará, um animal tipicamente brasileiro do Cerrado.

Entretanto, a transformação de Luna é diferente da clássica: ela manifesta sua natureza animal não apenas sob a lua cheia, mas também em momentos de intensa emoção. Consequentemente, o controle emocional se torna um elemento central e perigoso na narrativa.

2. O amor proibido e o catalisador humano (flora)

O enredo se desenrola a partir do encontro entre o sobrenatural e o humano. Flora (Alanis Guillen) é a humana que se sente deslocada e busca o extraordinário. Assim que ela conhece Luna, o romance entre as duas começa a florescer, e Flora age como um “gatilho” para as transformações da lobimoça.

Em outras palavras, o amor proibido não é apenas um drama romântico; ele é uma força incontrolável que desafia a sanidade e a segurança de Luna.

3. A ciência como ameaça: a missão da mãe

A mãe de Luna, Carol (Heloísa Jorge), é uma cientista determinada. De fato, a principal missão dela na série é encontrar a “cura” para a licantropia da filha. Contudo, essa busca não representa apenas o amor materno; ela atrai o interesse do enigmático Otto (Rodrigo Lombardi).

Por conseguinte, Otto vê Luna como um objeto de estudo, e a ciência se transforma em uma ameaça bioética, que se choca com o instinto e a aceitação. Portanto, o conflito “ciência versus natureza” perpassa toda a trama.

4. Os vampiros: caçadores e a hierarquia sobrenatural

Os vampiros Michel (Pedro Alves) e Celina (Laura Dutra) chegam à cidade de Guarambá com planos e segredos. Michel, em particular, desenvolve sentimentos por Luna, enquanto Celina a enxerga como uma ameaça ou um meio de sobrevivência para sua espécie.

É importante frisar que os vampiros não são apenas adversários dos lobisomens; eles representam uma antiga e complexa sociedade com regras e uma hierarquia que controla o mundo sobrenatural. Logo, não se pode subestimar a inteligência e os séculos de experiência destes seres.

5. A crítica social subjacente: o que é ser “normal”?

Embora a série tenha todos os elementos de fantasia, ela levanta questões muito reais. Luna questiona constantemente a busca de sua mãe pela “cura”: “O que é ser normal?”.

Finalmente, a série usa o sobrenatural para discutir temas como a aceitação da própria identidade, o conflito entre a juventude e o conservadorismo (representado pela cidade), e a liberdade de ser quem você realmente é, sem medo de seu “monstro” interior. Em suma, “Vermelho Sangue” é mais do que uma história de monstros; é um drama sobre autoconhecimento.

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Patrícia Tiveron

Apaixonada por explorar os universos do cinema, jogos e séries. Mergulho nas histórias que nos fazem rir, chorar e sonhar, e escrevo sobre o que encontro.

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