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Crítica | Monster Trucks

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•23 de fevereiro de 2017•6 Minutes

Em algum momento da vida, o leitor deve ter se perguntado por que um número considerável de filmes apostam em clichés para contar as suas histórias. Afinal, um dos sentimentos mais decepcionantes que um espectador pode ter enquanto assiste a uma obra cinematográfica é o de saber logo no início como os personagens serão construídos e quais serão os desdobramentos da narrativa.  No entanto,  se acompanhar uma história previsível e cheia de elementos reconhecíveis pode ser decepcionante, pelo outro lado, caso essas características estejam bem integradas à narrativa, pode gerar um sentimento prazeroso de conforto e familiaridade.

Monster Trucks, o novo filme de Chris Wedge (um dos codiretores do primeiro A Era Do Gelo), felizmente, se encaixa nessa segunda categoria. Escrito por Derek Connely a partir de um argumento inicial concebido por Matthew Robinson, Jonathan Aibel e Glenn Berger, a sua trama está repleta de personagens e coisas que o espectador lembrará de ter visto em outras obras de fantasia: o adolescente rebelde insatisfeito com a vida que leva, a garota tímida e estudiosa, a aparição de uma criatura estranha e vilões maldosos e obcecados. Mas, ao invés de levá-lo ao bocejo, o filme fará você sair da sessão com um sorriso nos cantos dos lábios.

Se beneficiando do sucesso recente de Stranger Things, os realizadores de Monster Trucks investem numa atmosfera oitentista deliciosamente invocativa e nostálgica (embora seja situado nos dias de hoje). Os céus estrelados, as cidadezinhas norte americanas, a trilha sonora mágica, a jornada de amadurecimento do protagonista e o romance improvável entre duas figuras aparentemente distintas são alguns dos elementos que farão marmanjos e mulheres que viveram a sua juventude na década dos cortes de cabelo cafonas retornarem brevemente aos seus 20 anos de idade. O público mais jovem, por sua vez, assim como aconteceu com a série da Netflix, será apresentado ao estilo de filme sobre o qual os seus pais tanto costumam falar.

Também trabalhando com referências cinematográficas na construção dessa atmosfera saudosista, o roteiro do filme inteligentemente constrói o seu ponto de partida a partir da junção de duas obras: Christine – O Carro Assassino e E.T. – O Extraterrestre. Do filme de John Carpenter, Connely emprestou a figura do carro como um símbolo da maturidade e libertação do protagonista (aliás, o próprio nome do personagem, Tripp, também é um indicativo do seu desejo de sair da cidade natal para viajar e conhecer o Mundo). Já do filme de Steven Spielberg, o roteirista usou no seu texto a ambientação e os homens de negócio como os verdadeiros vilões (no caso de Monster Trucks, os personagens que trabalham numa petrolífera).

No entanto, se engana quem acha que o filme só funciona em razão dos seus clichés e das suas referências. Interpretados por atores talentosos e conhecidos do público geral (Jane Levy está apaixonante), os personagens são carismáticos, com os seus interesses e arcos dramáticos eficientemente trabalhados ao longo da narrativa. A história se desenvolve sem nenhum grande percalço no meio do caminho, indo do seu ponto de partida até a sua conclusão de maneira objetiva e concentrada. Os momentos cômicos funcionam perfeitamente (Wedge sabe como manter o timing cômico através da decupagem) e os efeitos digitais são competentes (além de ser perfeitamente criada, a criatura é adorável!). Além disso, tem um título cuja literalidade é saborosamente bizarra.

Os seus únicos deméritos ficam por conta do uso equivocado do 3D (nem mesmo a profundidade do campo das longas planícies e montanhas é explorada) e pelo design de som desastroso. Enquanto David Sardy, o compositor, se sobressai com os seus acordes fantásticos, tensos e edificantes, a equipe de som chama atenção negativamente pelo seu trabalho surpreendentemente ruim. Em filmes como Monster Trucks, não costuma haver deficiências sonoras dessa magnitude. O barulho de explosões em campos petrolíferos e acidentes automobilísticos são pobremente ouvidos (às vezes, o espectador não consegue nem escutá-los), culpa da fraca captação e do aumento indevido da trilha e de outros elementos sonoros pela mixagem.

Projeto da Nickelodeon (há um jabá interno envolvendo o Bob Esponja), Monster Trucks é um filme que nunca busca esconder as suas intenções. E como o público percebe que os realizadores estão cientes do tipo de história que estão contando (clichés e referências estão incluídos nisso), ele nunca se sente enganado. Compramos a sua proposta, nos divertimos durante a exibição e saímos da sala satisfeitos com o que vimos. Para um filme cujo único desejo é divertir o seu espectador, podemos dizer que a intenção foi plenamente atingida.

Monster Trucks (Idem, 2016 – Estados Unidos)
Direção: Chris Wedge

Roteiro: Derek Connelly (história de Matthew Robinson, Jonathan Aibel e Glenn Berger)
Elenco: Lucas Till, Jane Levy, Barry Pepper, Danny Glover, Rob Lowe
Gênero: Aventura
Duração: 105 minutos.

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