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Crítica | Red: Crescer É Uma Fera se diverte com coming of age monstruoso

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•8 de março de 2022•7 Minutes

Após um período dedicado majoritariamente a sequências de marcas estabelecidas, a Pixar agora parece determinada a apostar em novas histórias. O sucesso das franquias Toy Story, Carros, Os Incríveis e Procurando Nemo garantiram bastante grana no caixa da Disney, que opera com seu próprio estúdio de animação em paralelo, e os animadores liderados por Pete Docter estão cada vez mais interessados em histórias que explorem diferentes culturas, estilos e convenções narrativas. 

Seguindo essa trilha que obras como Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, Soul e Luca exploraram recentemente, Red: Crescer É uma Fera representa mais uma agradável surpresa do estúdio. 

A trama acompanha a jovem de 13 anos Meilin Lee (Rosalie Chiang), que vive uma vida pacata ao lado de suas amigas, mesclando a paixão adolescente por uma boy band com o tempo que se esforça para estudar e trabalhar com sua mãe perfeccionista (Sandra Oh). Porém, tudo muda quando Meilin passa a se transformar em um gigante panda vermelho, que se manifesta quando passa por emoções fortes, e é contido quando a mesma aprende a se controlar. A partir daí, Meilin recorre ao passado de sua família para entender a transformação misteriosa, ao mesmo tempo em que tenta levar uma vida adolescente normal.

Metamorfoses

Não é preciso se esforçar muito para entender a nítida alegoria que a diretora Domee Shi está fazendo com Red. Co-escrevendo o longa ao lado de Julia Cho, a animação apresenta uma simpática e divertida alegoria com a própria puberdade – mais especificamente para mulheres, com a menstruação sendo um tema discutido de forma indireta e até direta, dependendo da abordagem. Um subtexto muito bem vindo e que certamente virá como uma introdução formidável para o público mais jovem, e que felizmente Shi e Cho desenvolvem para algo que é muito mais interessante e acessível do que uma mera aula de biologia da 6a série.

Fica bem evidente que Shi tem questões bastante profundas com maternidade e amadurecimento. Apesar de este ser seu primeiro crédito como diretora de um longa-metragem, Shi já até mesmo venceu um Oscar pelo ótimo curta-metragem Bao, que também ilustrava o amor excessivo de uma mãe em torno da refeição chinesa titular. Shi transporta esse mesmo conceito (incluindo imagens que flertam com o assombroso) para toda a mecânica de Red, e o resultado é bem diferente do que a Pixar vem oferecendo nos últimos anos. Não só pela mitologia fascinante e que transporta diversos elementos da cultura chinesa para uma trama familiar, mas também pela sempre deslumbrante técnica de animação.

Assim como o ótimo Luca, Red tem um traço de animação distinto do “padrão Disney”, oferecendo feições mais exageradas e cartunescas, e até trazendo uma série de referências a animações orientais: as interjeições expressionistas para retratar reações exageradas e dramáticas de algumas personagens (geralmente para arrancar umas risadas a mais) e até mesmo linhas de luz fortíssimas que tomam conta do cenário durante uma inesperada batalha de proporções épicas. É um filme bem menos preocupado com o realismo fotográfico de uma obra como Soul, e que se permite criar soluções visuais criativas e algumas sequências que, graças à ótima combinação da pulsante trilha sonora original de Ludwig Goransson e as canções chiclete escritas pela dupla Billie Eilish e Finneas O’Connell – para a boy band central, garantem uma experiência absolutamente divertida.

É realmente uma pena que Red, que tinha um lançamento marcado para os cinemas, tenha sido reduzido apenas à janela do Disney+. Certamente o alcance será maior, mas foram poucas as vezes em que desejei ver um filme de animação na tela grande – só o clímax em si teria se beneficiado de pesadíssimas caixas de som.

Contornando problemas em Red

Como comentei há alguns parágrafos atrás sobre trama familiar, isso é ao mesmo tempo uma vantagem e um ponto fraco de Red. O fato de Shi estar abordando o amadurecimento de uma menina que se vê “vítima” de uma criação super protetora definitivamente oferece passagens e situações que tornarão uma identificação fácil para o público geral, especialmente adolescentes. De forma similar, é uma narrativa que oferece beats de história previsíveis e bem fáceis de adivinhar, ainda que a execução visual ajude a compensar a fórmula e os clichês ocasionais do roteiro.

O carisma das personagens de Red também é outro ponto a favor. Ainda que Meilin seja a típica protagonista dividida com dilemas adolescentes, a relação com a mãe coruja garante ótimos momentos, principalmente quando o roteiro aborda um pouco mais sobre a família estendida. Mas, claro, os grandes ápices de diversão envolvem Meilin e seu absurdamente hilário grupo de amigas, formado pelas vozes de Ava Morse, Maitreyi Ramakrishnan e Hyein Park. Oscilando facilmente do riso ao sentimento genuíno, a amizade e camaradagem do grupo é genuinamente comovente, e fiquei positivamente surpreso com a forma encontrada por Shi e Cho para juntar todos os núcleos de personagens no ato final.

Beneficiando-se de um ritmo ágil e figuras instantaneamente cativantes, Red: Crescer é uma Fera triunfa em ir além de sua alegoria de puberdade. O longa de Domee Shi oferece um coming of age dentro da fórmula, mas com elementos suficientemente originais e carismáticos para se destacar dos demais, garantindo também mais uma animação caprichada com a inconfundível assinatura da Pixar.

Red: Crescer É Uma Fera (Turning Red, EUA – 2022)

Direção: Domee Shi
Roteiro: Domee Shi e Julia Cho
Elenco: Rosalie Chang, Sandra Oh, Ava Morse, Maitreyi Ramakrishnan, Hyein Park, James Hong, Wai Ching Ho, Orion Lee
Gênero: Comédia
Duração: 100 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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