O debate sobre a legalidade do procedimento de aborto nos EUA segue em primeira pauta após a decisão da Suprema Corte em deixar a responsabilidade sobre a jurisdição a cargo de cada estado.
Agora, a roteirista e diretora Diablo Cody, responsável por Juno, de 2007, pensou sobre a relevância do longa nos dias atuais sob esse cenário já que na obra, Juno decide por manter a gravidez precoce e entregar a criança para adoção.
“Sou enfaticamente pró-escolha e tenho sido toda a minha vida. E é importante para mim deixar isso claro”, declarou a diretora ao The Hollywood Reporter (via IndieWire). “Mas, você sabe, eu consigo entender por que as pessoas entenderiam mal o filme. Olhando para trás, posso ver como isso pode ser percebido como anti-escolha. E isso me aterroriza.”
“Quando olho para trás na época em que escrevi o roteiro, me sinto melancólica, porque nunca me ocorreu que meus direitos reprodutivos pudessem estar em perigo. Se alguém tivesse me dito na época – como uma feminista despreocupada, mais jovem, da terceira onda – que em 2022, Roe v. Wade seria derrubada, eu estaria aterrorizada e assumiria que estamos entrando numa distopia inconcebível.”
Ela continua: “Na época, parecia impossível. Eu dei valor a Roe, e muitos de nós o fizeram. Eu estava apenas criando; Eu nunca pretendi que o filme fosse qualquer tipo de declaração política. Não consigo imaginar ser tão inocente novamente.”
Juno está disponível na Amazon Prime Video.