O cenário para o cinema nacional no Brasil mudou drasticamente nos últimos meses, conforme relatos da ABRAPLEX e da FENEEC. No primeiro trimestre deste ano, os filmes brasileiros alcançaram uma participação de mercado de aproximadamente 21%, um marco celebrado pelo setor. No entanto, essa porcentagem despencou para apenas cerca de 5% no segundo trimestre, um declínio alarmante que levanta preocupações sobre o futuro próximo.
A ABRAPLEX e a FENEEC, representando todas as exibidoras de multiplex no país, expressaram profunda apreensão em relação ao impacto dessa baixa adesão do público aos filmes brasileiros. A incerteza sobre como o segundo semestre se desdobrará preocupa essas entidades, especialmente em um contexto de recuperação lenta dos cinemas desde a pandemia.
A pergunta fundamental que permeia o debate é sobre o destino do cinema nacional em 2024. Embora haja esperanças depositadas em novos lançamentos com potencial para replicar o sucesso de títulos recentes, como “Nosso Lar 2”, “Minha Irmã e Eu” e “Os Farofeiros 2”, as associações alertam que este é um cenário desafiador. Mesmo com uma boa cobertura de salas e promoções para atrair o público, filmes recentes não conseguiram entrar na lista dos 10 mais vistos durante o último final de semana de cinesemana, apesar de ocuparem cerca de 800 sessões.
O setor também enfrenta um desafio adicional com o impacto prolongado da pandemia e a greve em Hollywood, que resultaram em um grande número de filmes não lançados e um calendário de lançamentos comprometido até 2027. A expectativa de uma recuperação completa do setor apenas em 2027 aumenta ainda mais a pressão sobre os exibidores brasileiros.
Neste contexto, as atenções se voltam agora para lançamentos internacionais como “Divertida Mente 2“, que chega às telas brasileiras com expectativas altas após um forte desempenho nos Estados Unidos. A capacidade deste e de outros filmes internacionais em atrair o público será crucial para mitigar os desafios enfrentados pelo cinema nacional e para impulsionar a retomada do interesse das audiências pelas salas de cinema.