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Crítica | O Exterminador do Futuro: Gênesis - Acertando as linhas temporais

Matheus Fragata Matheus Fragata
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•30 de junho de 2018•11 Minutes

A coleção de franquias ressuscitadas em 2015 não para de crescer. Já tivemos Mad Max: Estrada da Fúria, Jurassic World e Poltergeist. Não tardou para acontecer o mesmo com os cults Exterminador do Futuro. Pautando um tema extremamente pertinente ao desenvolvimento humano aliada de ótimas cenas de ação, a franquia tem um bom retorno aos cinemas.

Dessa vez, John Connor continua sua luta interminável contra a Skynet – a inteligência artificial obstinada a destruir todos os humanos da face da Terra, em 2029. O objetivo é impedir que o inimigo utiliza uma nova arma, a máquina do tempo. Porém, Connor falha e descobre que a Skynet enviou um androide T-800 de volta para 1984 a fim de matar sua mãe, Sarah Connor, para impedir seu nascimento. Sem escolha, Connor envia Kyle Reese para salvar a vida de Sarah. Porém, ao chegar em 1984, Kyle se surpreende em encontrar uma Sarah Connor completamente diferente da que esperava.

Como já percebeu, leitor, o roteiro de Laeta Kalogridis e Patrick Lucier aposta em fazer um misto de reboot, remake, prequel e sequel dentro de um filme só. Surpreendentemente, os dois conseguem trabalhar coisas muito interessantes que trazem vigor para a veterana franquia. Os erros abissais de lógica e texto de A Salvação ficaram para o passado. Mas isso não quer dizer que temos aqui uma obra-prima – está longe disso, muitíssimo aliás.

O maior acerto é justamente trabalhar esse “universo paralelo”. Aqui a “realidade” diegética do filme original é deixada de lado dando margem que os roteiristas consigam adicionar elementos novos e interessantes, porém, estes, são poucos. Além dessas novidades e muitas reviravoltas completamente imprevisíveis – isto, é claro, se não tiver visto os trailers que comprometem 80% do enredo, a dupla insere boas homenagens nos pobres diálogos, além de problematizarem a relação entre Sarah Connor e Kyle Reese. Entretanto, isto é apenas apresentado, já que as cenas voltadas para o desenvolvimento de personagens são poucas e quando retornam, ficam presas no marasmo criativo.

Porém, também há relações interessantes como a que envolve Sarah e o T-800 encarnado por Shwarzenegger. Algo que remete diretamente a série de vídeo games Bioshock e seus, já clássicos, personagens Big Daddies. A dupla acerta também nas críticas, sempre humoradas, ao vício em smartphones ou com a convivência de múltiplas telas.

Evidentemente, o maior problema do texto é se perder ao contar a história, afinal ela aborda a viagem no tempo. Com esse tema extremamente complexo, é normal contradizer a linha narrativa e destruir a lógica já fragilizada da série. Infelizmente, sem escapar dessa maldição, Gênesis falha aqui. Outro ponto que incomoda bastante é a comédia bipolar – ora genial (envolvendo sempre o bom carisma de Arnold Shwarzenegger que recebeu um apelido horroroso), ora estúpida.

Além disso, Kyle Reese – interpretado pelo péssimo Jai Courtney, age até durante a metade do filme da forma mais estúpida possível. Atirando primeiro para perguntar depois – nada coerente com o pedido por cautela de John Connor momentos antes. Os roteiristas também clamam pela paciência do espectador durante a totalidade do terceiro ato, principalmente durante o clímax que possui uma progressão chatíssima. Isso se deve no quão conveniente é a evolução da inteligência artificial Skynet durante a cena, sempre permitindo uma margem confortável de tempo para que os protagonistas impeçam o apocalipse. Fora isso, os diálogos entre a Skynet e Sarah Connor/Kyle Reese pecam pela encenação estúpida – a cada frase, a dupla explode um dos diversos projetores do holograma que dá vida à I.A. tentando silenciá-la infinitamente.

A dupla também cai no problema em adicionar personagens inúteis como O’Brien, vivido por J.K. Simmons, que pouco adiciona para a narrativa e é deixado de lado logo depois. Já outros muito importantes como Miles e Danny Dyson, criadores da Skynet, são usados como alegorias.

Sobre a atuação aguardada de Emilia Clarke, há pouco o que comentar. Clarke e Courtney não conseguem imprimir uma boa química e alavancar uma tensão sexual crível. Portanto o romance que os roteiristas tentam construir para os personagens vai totalmente por água abaixo. Clarke também não consegue adicionar uma faceta relevante ou algo inédito para sua Sarah Connor. A personagem acaba se tornando apenas mais uma em um vasto universo de personalidades unidimensionais. Quem consegue trabalhar bem é Jason Clarke – John Connor, já que seu personagem ganha características completamente novas aqui. O problema é que o desenvolvimento desse novo conflito é muito raso e repetitivo. Não demora muito para vermos o ator trocando diálogos parecidíssimos, com a mesma mensagem, ao longo do filme.

Tirando essas e outras falhas e exageros dos roteiristas, Gênesis foi presenteado pelo primoroso design de produção, pela belíssima fotografia acompanhada de excelentes efeitos visuais, além da direção primorosa de Alan Taylor.

O diretor e equipe tratam a obra original com muito respeito – pelo menos no que tange a imagem. As sequências que passam no futuro apocalíptico e em 1984 são muito fiéis a concepção visual de James Cameron em seu longa original. Inclusive, essas cenas foram filmadas em película o que garante um visual único, nostálgico. Além disso, o diretor de fotografia, Kramer Morgenthau utilizou técnicas e planejamento de iluminação característicos dos anos 1980 – imagem granulada, pontos únicos de luz para iluminar o terceiro plano, névoa, luzes estroboscópicas, alta contraluz e luz dura para a key light. É um espetáculo de nostalgia, além de agregar muito bem uma riqueza de detalhes que fazem parte de uma época relevante para a história da cinematografia.

Já Alan Taylor sabe muito bem dominar a técnica da boa linguagem cinematográfica. O diretor estudou muito bem a decupagem dos filmes anteriores tanto que os enquadramentos deste se assemelham com os dos clássicos de 1984 e de 1991. Há o uso de efeitos praticáveis, além da preparação correta de expectativa e tensão durante o filme inteiro. O diretor faz uso de boas homenagens que tentam escapar do padrão. Entretanto, no meio de tanta beleza técnica, Taylor não consegue imprimir algo seu – além de alguns vislumbres de enquadramentos inspirados em Terrence Malick no prólogo do filme. Ou seja, o diretor simplesmente não teve liberdade ou deixou diversas oportunidades para imprimir algo novo, criativo ou fora dos padrões.

Porém, como sua técnica é tão boa, o respeito pelo material original ser tão evidente e possuir uma bela pegada e cuidado para definir enquadramentos, cenas de ação e movimentos de câmera, isso não se torna algo negativo, mas uma boa perda – para quem pensa que isso é algo fácil, basta ver a preguiça cinematográfica que existe na direção de Colin Trevorrow em Jurassic World. Se houvesse essa participação ou liberdade criativa por parte de Taylor, certamente a experiência seria mais rica. O diretor somente falha em apenas uma cena de ação – a dos helicópteros. Aqui a física é completamente ignorada, tudo se torna brega, além da qualidade dos efeitos visuais, excelentes até então, despencar de forma assustadora.

O Exterminador do Futuro: Gênesis é um daqueles filmes que devo admitir que gostei muito – importante salientar que eu não havia visto nenhum trailer até assistir ao filme – porém reconheço que se trata de um baita caça-níquel de qualidade mediana para boa. O filme simplesmente não justifica sua existência dentro da mitologia desses filmes e não consegue explorar bem sua principal novidade – John Connor. Pior ainda é notar que Gênesis se trata de o início de outra trilogia. Sim, Arnold will be back para mais um Terminator.

Assim como o filme tem seus diversos defeitos, ele também tem seus méritos. Para os que são fãs da franquia, certamente esta será uma experiência bem decepcionante. Entretanto para quem procura um filme bem divertido, repleto de ação, ótimos efeitos visuais e com o carisma de Arnold Shwarzenegger, não poderia encontrar algo melhor.

O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator: Genisys, EUA – 2015)

Direção: Alan Taylor
Roteiro: Laeta Kalogridis e Patrick Lucier, baseado nos personagens de James Cameron e Gale Anne Hurd
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Emilia Clarke, Jai Courtney, Jason Clarke, Matt Smith, J.K. Simmons
Gênero: Ação, Ficção Científica
Duração: 126 min

https://www.youtube.com/watch?v=62E4FJTwSuc

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Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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