Embracer Group registra queda nas vendas e anuncia reestruturação significativa
A Embracer Group revelou um declínio expressivo de 30% nas vendas de jogos em seu último relatório financeiro do primeiro trimestre do ano fiscal. Este resultado aponta um total de 7,9 bilhões de coroas suecas (aproximadamente US$ 754 milhões), uma queda de 24% comparada ao mesmo período do ano anterior.
A maior redução foi observada no segmento de jogos para PC e consoles, que sofreu uma diminuição de 34% em relação ao ano passado. Este decréscimo é atribuído principalmente à falta de novos lançamentos significativos, um contraste notável comparado ao segundo trimestre de 2023, marcado por sucessos como Dead Island 2.
No segmento de dispositivos móveis, ainda considerado a maior fonte de receita para a empresa, foi registrada uma queda de 5%. Dessa forma, eles totalizaram 3,04 bilhões de coroas suecas (cerca de US$ 290 milhões).
Enquanto isso, a área de PC e consoles, que representa a segunda maior fonte de receita, mostrou uma receita de 2,7 bilhões de coroas suecas (US$ 253,5 milhões). Isso representa uma dramática queda de 91% nas novas receitas.
CEO da Embracer Group revela planos para 2025
Além dos resultados financeiros, a empresa também anunciou ajustes em seus planos futuros. O CEO Lars Wingefors revelou que o lançamento do aguardado Kingdom Come: Deliverance 2 foi adiado para 11 de fevereiro de 2025. Inicialmente a previsão de lançamento era para 2024.
Além disso, a Embracer Group está em processo de reestruturação organizacional. A Asmodee, parte do grupo, está programada para ser listada na Nasdaq Stockholm até o final deste ano.
A empresa planeja dividir suas operações remanescentes em duas novas entidades. Dessa forma, quer Coffee Stain & Friends, com previsão para 2025, e uma outra sob o nome provisório de Middle-earth Enterprises & Friends.
Demissões em massa e fechamento de estúdios
Um dos maiores conglomerados de estúdios de games, o Embracer Group é um dos maiores contribuintes em demissões na indústria de games nesse momento de crise. Segundo o mais recente relatório fiscal, a empresa demitiu quase 8 mil pessoas nos últimos 12 meses e fechou dezenas de estúdios.
No mesmo relatório que revelou queda nas vendas de jogos e planos para jogos de O Senhor dos Anéis, a gigante dos games apresentou também números alarmantes, que são grandes por conta do tamanho da empresa.
Nos últimos 12 meses, foram 7.761 pessoas demitidas, diminuindo de 18.605 para 10.844 funcionários nesse período, uma quantidade realmente alarmante. Parte dessas demissões aconteceram neste ano, embora números exatos não foram revelados.
Segundo esse site que acompanha as demissões pela indústria de games, já passa de 11.500 funcionários desligados nos seis primeiros meses deste ano. Muitas rodadas de demissões não tiveram números revelados, mas o Embracer Group contribuiu com centenas delas.
Projetos cancelados e estúdios do Embracer Group fechados
O Embracer Group é um grande conglomerado, porque é dono de dezenas de estúdios. Antes, o número era de 139, mas agora caiu para 103, ou seja, 36 estúdios de games do grupo foram fechados no último ano.
Entre eles estão a Piranha Bytes e Pieces Interactive, entre vários outros. Além disso, o grupo encerrou 88 projetos nos últimos 12 meses. Atualmente, são 127 projetos em desenvolvimento, mas antes dos cancelamentos, eram 215.
Alguns desses projetos cancelados pelo Embracer Group são o novo Red Faction e Time Splitters, entre outros.
Desde o ano passado, já se falava que a gigante dos games demitia muitos funcionários e a situação não mudou até agora. Em abril deste ano, o CEO Lars Wingefors assumiu a culpa por conta própria e aceitou as críticas que sofreu e ainda sofre.
“Como um líder e um dono, às vezes você precisa levar a culpa e você precisa ser humilde se cometeu erros, e se você poderia fazer algo diferente”, disse o executivo.
“Tenho certeza que mereço muitas críticas, mas eu não acho que minha equipe ou empresas merecem todas as críticas. Eu mesmo poderia levar muitas dessas culpas. Mas, definitivamente, eu preciso acreditar na missão que temos que ainda é válida, e nós agora estamos tornando isso possível ao fazer essa nova estrutura“, adiciona.
Pelo andar da carruagem, não devemos parar de noticiar sobre demissões e fechamento de estúdios tão cedo, especialmente quando empresas tão grandes como o Embracer Group (e outras) seguem contribuindo para piorar a situação da indústria em geral.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.
Contato: matheus@nosbastidores.com.br