Santo Sudário pode ter sido feito na época de Jesus
O Santo Sudário, uma das mais icônicas relíquias da cristandade, voltou a ser objeto de estudo e polêmica após uma nova rodada de investigações que trouxe descobertas surpreendentes sobre sua origem.
Conhecido como Sudário de Turim, o tecido de linho que supostamente envolveu o corpo de Jesus Cristo foi recentemente datado por cientistas italianos, que afirmam que ele pode ter sido fabricado há cerca de 2.000 anos, corroborando a narrativa bíblica.
Exibido pela primeira vez na década de 1350, o Sudário de Turim apresenta uma imagem tênue da frente e de trás de um homem barbudo, que muitos acreditam ser Jesus Cristo. Em 1988, uma análise de datação por carbono sugeriu que o tecido teria sido produzido entre 1260 e 1390 d.C., levando muitos a questionar sua autenticidade.
No entanto, novas análises realizadas por uma equipe do Instituto de Cristalografia do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália sugerem que o Sudário pode realmente datar da época de Cristo.
Novas técnicas
A equipe italiana utilizou uma técnica inovadora conhecida como espalhamento de raios X de grande angular (WAXS) para estudar pequenas amostras do tecido. O método permite medir o envelhecimento natural da celulose de linho, fornecendo uma estimativa do tempo desde sua fabricação. As análises indicam que o Sudário pode ter sido produzido no primeiro século, aproximadamente na mesma época da crucificação de Jesus.
Além da datação, o Santo Sudário tem sido alvo de mais de 170 artigos acadêmicos, muitos dos quais discutem sua autenticidade. Testes realizados na década de 1970 exploraram a possibilidade de a imagem ter sido feita por meio de pintura ou queima, mas não houve conclusões definitivas.
Em 2017, outro estudo revelou a presença de creatinina e ferritina no tecido, substâncias encontradas em vítimas de traumas violentos, reforçando a tese de que o Sudário envolveu uma pessoa que sofreu tortura.
Apesar das contínuas controvérsias, o Santo Sudário mantém um lugar significativo no imaginário coletivo e na fé cristã. A peça permanece guardada na capela real da catedral de San Giovanni Battista, em Turim, Itália, onde continua a inspirar devoção e debate.