Dying Light: The Beast é o mais recente exemplo de uma tendência emergente na indústria dos games: o desenvolvimento de títulos AA, que preenchem o espaço entre os grandes lançamentos AAA e as experiências mais curtas, muitas vezes com durações de apenas uma hora. Segundo Tymon Smektała, diretor da franquia Dying Light na Techland, essas experiências AA podem representar “o futuro dos jogos”.

Em uma entrevista à GamesIndustry, Smektała discutiu a decisão de transformar o DLC de Dying Light 2 em um jogo autônomo, com duração estimada em mais de 18 horas. Ele destacou que The Beast foi projetado para ser “mais compacto” do que um título AAA tradicional. Segundo ele, o jogo pode não ter o mesmo tamanho de um lançamento AAA típico, mas foca em conteúdo mais relevante e significativo. Embora a Techland ainda tenha planos para jogos maiores, como Dying Light 3, The Beast oferece uma alternativa mais condensada e poderosa.

A mudança na percepção dos jogadores

Smektała apontou uma mudança no comportamento dos jogadores, que estão cada vez mais atentos ao número de horas que um jogo oferece. Ele mencionou que, à medida que os jogadores envelhecem e a vida se torna mais ocupada, pode ser difícil encontrar tempo para se comprometer com jogos que exigem entre 50 e 100 horas para serem completados. Como exemplo, ele citou Assassin’s Creed Odyssey, um RPG de ação de mundo aberto conhecido por sua extensão. Smektała reconheceu a dificuldade de dedicar tantas horas a um único jogo, especialmente quando a vida real interfere.

Ele destacou que jogos menores, como Dying Light: The Beast, oferecem uma solução para esse dilema. Eles proporcionam uma experiência satisfatória para os jogadores, ao mesmo tempo que permitem aos desenvolvedores trabalhar com ciclos de desenvolvimento mais razoáveis. Sem a necessidade de grandes equipes e orçamentos exorbitantes, esses jogos também podem se arriscar mais criativamente e experimentar novas ideias.

O futuro dos jogos AA

Smektała acredita que lançamentos menores, como Marvel’s Spider-Man: Miles Morales e Assassin’s Creed: Mirage, representam uma tendência que veremos mais no futuro. Para ele, esses títulos oferecem uma maneira diferente de entregar entretenimento interativo significativo aos jogadores. Ele enxerga essa abordagem como uma parte importante do futuro da indústria de jogos.

A ideia de que jogos menores podem ser benéficos para os estúdios não é nova. Josh Sawyer, veterano da Obsidian, fez comentários semelhantes no ano passado, sugerindo que esses projetos podem ajudar a evitar o esgotamento, melhorar a retenção de funcionários e estimular a criatividade. Sawyer mencionou os títulos Pentiment e Grounded como exemplos de como jogos menores influenciaram o pensamento da Obsidian sobre projetos futuros.

Em suma, Dying Light: The Beast é um exemplo claro de como a indústria de games está se adaptando para atender às necessidades dos jogadores e dos desenvolvedores. Enquanto os grandes lançamentos AAA continuam a ter seu espaço, os jogos AA estão se mostrando uma alternativa viável e importante para o futuro do entretenimento interativo.

Mostrar menosContinuar lendo