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Crítica | Mais Forte que o Mundo

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•10 de julho de 2016•5 Minutes

Quando 2 Coelhos estreou em circuito comercial em 2011, tanto a crítica quanto o público começaram a prestar atenção no diretor Afonso Poyart, cujo estilo remetia aos cinemas de Guy Ritchie e Quentin Tarantino. Driblando com criatividade um orçamento apertado e desafiando as convenções do cinema brasileiro, que ainda hoje parece temer incursões assumidas no cinema de gênero, o jovem cineasta impressionou pelo uso bem dosado de cultura pop, efeitos especiais, movimentos de câmera inventivos e uma narrativa que brincava com os clichês dos filmes de ação. O sucesso do projeto o catapultou para Hollywood, onde dirigiu o thriller Presságios de um crime, com direito a um elenco estelar que incluía Anthony Hopkins e Colin Farrell. Embora seja um grande salto na carreira, segundo o próprio Poyart, ele teve muito menos liberdade por conta do controle dos produtores americanos, algo que é de fato visível no filme, bem mais contido e convencional que sua estreia na direção.

Talvez isto explique algumas escolhas estéticas adotadas em Mais Forte que o Mundo,cinebiografia do lutador José Aldo que marca o retorno do diretor às produções nacionais, onde, obviamente, encontrou mais liberdade criativa. Talvez até demais.

É importante enfatizar o quão louvável é a proposta de Poyart, que busca oferecer ao público algo diferente, não se conformando com os limites imaginários que nossos cineastas invariavelmente impõem a si próprios. Por este prisma, pode-se dizer que se boas intenções fossem garantia de um bom filme, Mais Forte que o Mundo decerto faria por José Aldo o que Touro Indomável fez por Jake Lamotta. Mas não é o caso.

Da precária vida que levava nas periferias manauaras até o reconhecimento como um dos maiores lutadores de MMA, o filme retrata a trajetória do protagonista através de um frenesi que beira o absurdo. Se no início, quando o foco são os conflitos familiares de Aldo, os incontáveis planos por cena e a montagem fragmentada parecem justificáveis, a partir do segundo ato fica claro que o longa-metragem padece de um grave problema de tom.

Antes mesmo da primeira hora, a experiência de assistir ao filme se revela exaustiva. Cenas onde os personagens simplesmente conversam são filmadas com o maior número de ângulos possível, e, na dúvida de qual usar, a montagem opta por inserir frações de cada um deles. E que fique claro: não se trata de eufemismo.

Seja porque as descobriu ali, no set, e se deslumbrou além da conta, ou porque recebeu algum tipo de patrocínio (ou ainda para pagar alguma promessa, vai saber), Poyart insere tomadas realizadas com GoPro a todo instante e nos lugares mais inusitados – e desnecessários. São momentos que mesclam estranhamento e constrangimento, em um fluxo narrativo confuso e inconveniente. Os raros momentos de trégua deste compasso desvairado acontecem por meio de sequencias em câmera lenta que, por mais visualmente belas que sejam, atestam o quão descabido é a abordagem dada a história. Até mesmo as lutas dentro do ringue perdem o impacto, resultando em um final anticlimático.

E mesmo que o roteiro tenha boas ideias, como evitar ao máximo retratar Aldo como um sujeito infalível e exemplar, o tratamento histérico dado pela direção as desperdiça, assim como o faz com o ótimo elenco. Não importa o quão bem Cleo Pires, Claudia Ohana, Jackson Antunes e Milhem Cortaz defendam seus personagens, já que suas performances são mutiladas e perdem a fluidez na turbulenta montagem.

Talvez o único ileso do grupo seja José Loreto, com sua admirável transformação física. Presente em praticamente todas as cenas, o jovem ator mergulha de cabeça nos conflitos do impetuoso Aldo e impressiona pelo comprometimento.

Contudo, nada chega a redimir o caos narrativo. A impressão que fica é que Poyart se vale do projeto como cobaia de suas brincadeiras estéticas, não se importando muito se são oportunas para aquela história. E nesse sentido o diretor se afasta da malandragem inofensiva de Ritchie e Tarantino, e acaba por se assemelhar mais com Zack Snyder e Michael Bay, cujos filmes são meros pano de fundo para seus cacoetes juvenis tidos por seu fandom como “estilo”. Definitivamente, equivalentes como estes, nosso cinema dispensa.

Texto escrito por Lucas Procópio

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