Jojo Todynho enfrenta processo
Jojo Todynho, cantora e figura pública de destaque, está enfrentando um processo judicial aberto pelo Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBTQI+, uma entidade de defesa dos direitos LGBTQIAP+.
A ação foi motivada por dois eventos recentes envolvendo a artista: a retirada da música Arrasou, Viado das plataformas digitais e sua aparição pública ao lado de Michelle Bolsonaro, esposa de Jair Bolsonaro, notório político de extrema-direita com declarações polêmicas sobre grupos minoritários. Ambos os episódios geraram insatisfação entre seus fãs e ativistas, que a acusam de se apropriar das pautas LGBTQIAP+ para benefício próprio.
Após participar de um evento promovido pelo PL Mulher, ao lado da ex-primeira-dama, Jojo causou ainda mais polêmica ao se declarar como uma “mulher preta e de direita” em suas redes sociais. Essa mudança de posicionamento levantou questionamentos sobre seu apoio genuíno à causa LGBTQIAP+, que ela defendeu em diversos momentos ao longo de sua carreira.
Acusações a respeito do posicionamento da cantora
O Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBTQI+ destacou que Jojo, desde o início de sua trajetória musical, fez uso de símbolos e discursos de apoio à comunidade LGBTQIAP+. Um exemplo disso é o clipe de Arrasou, Viado, em que a cantora vestia um maiô com as cores do arco-íris e incluiu mensagens contra o preconceito, além de ter líderes do movimento gay participando da produção.
A entidade, portanto, acusa Jojo Todynho de praticar “pinkwashing”, termo que descreve quando artistas ou marcas utilizam a comunidade LGBTQIAP+ para fins comerciais sem um compromisso verdadeiro com a causa. Segundo a ação judicial, publicada inicialmente pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, o grupo questiona as razões da cantora para retirar a música das plataformas de streaming e solicita que ela esclareça se a canção foi criada como uma homenagem à comunidade ou com fins de monetização.
Além disso, o processo exige que Jojo responda se sua recente declaração como “mulher preta e de direita” indica o abandono do apoio ao movimento LGBTQIAP+, com o qual se comprometeu anteriormente. O Grupo Arco-Íris deu à cantora um prazo de 48 horas para que ela forneça explicações detalhadas sobre essas questões.
O processo judicial levanta uma série de debates sobre a responsabilidade de figuras públicas que utilizam pautas sociais em suas carreiras. Para muitos, as recentes ações e declarações de Jojo Todynho parecem contraditórias com a postura que ela mantinha até então. A artista, por sua vez, ainda não se pronunciou publicamente sobre o processo ou as acusações.