Ligação entre Pablo Marçal e dono de clínica envolvida em fraudes gera polêmica nas eleições de São Paulo
Luiz Teixeira da Silva, dono da clínica Mais Consultas e amigo declarado de Pablo Marçal, está no centro de uma nova controvérsia nas eleições municipais de São Paulo. Teixeira, que produziu o documento falso sobre Guilherme Boulos, foi preso em 2019, acusado de envolvimento em um esquema que desviou cerca de R$ 20 milhões da Saúde Pública em várias cidades paulistas, como Barueri, Cajamar, Campo Limpo e São Roque. Sua ligação com Marçal levanta suspeitas sobre as intenções por trás da divulgação de informações falsas contra o adversário político do PRTB.
O prontuário fraudulento divulgado por Marçal, que supostamente indicava que Boulos havia sido internado por uso de cocaína em 2021, foi rapidamente desmentido. Além de conter a assinatura de um médico já falecido, o documento foi gerado pela clínica de Luiz Teixeira, cuja reputação está marcada por escândalos de corrupção na área da saúde. O juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou a exclusão imediata das publicações feitas por Marçal nas redes sociais. Entretanto, o pedido de suspensão total das contas do candidato não foi acatado.
Histórico criminal de Luiz Teixeira intensifica a gravidade das acusações
A história de Luiz Teixeira e sua esposa, Liliane Bernardo Rios da Silva, ambos presos em 2019, revela um esquema de corrupção sistemática. Investigados pela Polícia Federal e Polícia Civil na operação Pégaso, o casal desviou milhões da saúde pública para a compra da operadora de planos de saúde Medical Rio, em Niterói. Para ocultar suas participações, a empresa foi registrada em nome de sua empregada doméstica e do motorista da família. O casal chegou a ficar dois anos foragido, mas foi localizado em um apart hotel de luxo em São José dos Campos.
A investigação detalhou que Teixeira emitia notas fiscais falsas para justificar o desvio de recursos, beneficiando uma empresa de fachada, a Pratice Administradora de Cartões LTDA. O dinheiro retornava para suas mãos através de uma série de operações fraudulentas. A Justiça Federal classificou suas atividades como um “hábito de vida”, destacando o perigo que representavam ao erário e ao sistema público de saúde. A tentativa de Liliane de converter sua prisão preventiva em domiciliar foi negada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que destacou o risco de reiteração criminosa.
A conexão entre Pablo Marçal e Luiz Teixeira adiciona uma nova camada de complexidade à corrida eleitoral. O fato de Marçal ter usado um documento de uma clínica administrada por um indivíduo com um histórico tão grave de crimes financeiros intensifica as acusações de desinformação e difamação contra seu adversário, Guilherme Boulos. O próprio Boulos, ao pedir a prisão de Marçal, argumenta que a ação foi uma tentativa deliberada de manchar sua reputação com base em uma mentira arquitetada por alguém envolvido em múltiplos crimes.
Este episódio ressalta a importância de combater a disseminação de notícias falsas, especialmente no contexto eleitoral, onde a reputação dos candidatos pode ser facilmente prejudicada por informações fabricadas. O caso segue sendo investigado, e novas repercussões podem emergir conforme as eleições municipais se aproximam.