Rússia baniu o Discord sob acusações de extremismo

Após uma série de sanções e interrupções no serviço, a Rússia confirmou na última terça-feira (8) o banimento total do Discord, acusando o aplicativo de ser utilizado para “propósitos terroristas e extremistas”. As autoridades do país, através do regulador de mídia Roskomnadzor, alegaram que o software não apenas violou várias leis locais, mas também desrespeitou uma ordem anterior, emitida em 1º de outubro, que exigia a remoção de cerca de mil itens da plataforma.

Ação e repercussão no tráfego da plataforma

Com a decisão, a Rússia não só bloqueou o acesso ao Discord, mas o rotulou como um software “usado ativamente por criminosos”. Dados indicam que apenas 4% do tráfego do Discord ocorre dentro do território russo, com o país favorecendo plataformas como o Telegram, que, apesar de também ser alvo de controvérsias, continua a operar no país.

Banimento também na Turquia

Pouco depois do anúncio russo, a Turquia anunciou sua própria decisão de banir o Discord. As autoridades turcas alegaram que muitos servidores do aplicativo continham conteúdos relacionados a abuso infantil e obscenidades. A decisão impactou empresas como a Upgrade Entertainment, localizada em Istambul. Um funcionário do estúdio comentou no LinkedIn que o Discord era a única forma de comunicação com seus colegas na Finlândia. Contudo, o uso de VPNs, que permitiria contornar a restrição, é considerado ilegal na Turquia.

Contexto do banimento e consequências

O banimento do Discord na Rússia parece fazer parte de um plano mais amplo para expandir o mercado de games e software no país. Desde o início da invasão da Ucrânia, a Rússia tem se isolado do cenário tecnológico global, buscando desenvolver soluções internas para atender à demanda de sua população por serviços e entretenimento. Essa movimentação reflete uma tentativa do governo russo de controlar mais rigorosamente o acesso à informação e a comunicação digital, ao mesmo tempo em que promove alternativas locais.

O cenário se intensifica, colocando em evidência as tensões entre a liberdade de expressão e a segurança nacional em um mundo cada vez mais conectado.