Documentário de Eduardo Moreira sobre Cuba gera polêmica ao romantizar regime comunista

O ex-banqueiro e empresário carioca Eduardo Moreira está no centro de um novo debate com o lançamento de seu documentário Vai pra Cuba, Eduardo!. A produção, que teve sua estreia no YouTube em agosto, data que coincide com o aniversário de Fidel Castro, foi filmada durante a visita de Moreira à ilha comunista e tem como objetivo defender o regime cubano. No entanto, a abordagem romantizada e a ausência de críticas ao sofrimento da população cubana geraram reações controversas.

Eduardo Moreira, que há menos de uma década abraçou a ideologia de esquerda, é o protagonista do documentário, que marca também a estreia de sua esposa, a atriz Juliana Baroni, na direção. No filme, Moreira narra sua jornada pela ilha como se estivesse visitando uma “Disneylândia comunista”, revelando um fascínio que contrasta fortemente com a realidade enfrentada pelos cubanos, que vivem em um regime ditatorial desde a Revolução de 1959.

Ao longo do filme, Moreira explora temas como a saúde pública, a educação e a escassez de alimentos, porém, a narrativa é majoritariamente favorável ao regime, e poucos são os momentos em que os problemas mais graves são abordados de forma crítica. O documentário também destaca a presença de Frei Betto, uma figura conhecida por sua defesa do comunismo e da Teologia da Libertação, que atua como guia da viagem.

Apesar de alguns breves takes que mostram filas para obtenção de comida e dificuldades com a coleta de lixo, o filme é, essencialmente, uma exaltação do governo cubano, incluindo entrevistas com o atual ditador Miguel Díaz-Canel e outros membros do Partido Comunista.

Após a exibição do filme, Moreira e Frei Betto participaram de um bate-papo ao vivo no YouTube, onde reafirmaram suas posições em defesa de Cuba. Frei Betto chegou a comparar Che Guevara com Jesus Cristo, dizendo que ambos sacrificaram suas vidas pela libertação dos povos.

O documentário é a primeira produção internacional do Instituto Conhecimento Liberta, fundado por Moreira, que busca rivalizar com a produtora Brasil Paralelo no campo dos documentários ideológicos. Recentemente, a plataforma ganhou um reforço com a entrada do youtuber Felipe Neto como sócio.

No entanto, apesar do entusiasmo de seus criadores, Vai pra Cuba, Eduardo! já tem gerado controvérsias, sendo criticado por sua visão parcial e por minimizar o impacto do regime ditatorial sobre a população cubana.

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