Quincy Jones, produtor musical lendário e responsável pelo sucesso de Michael Jackson, morre aos 91 anos
Quincy Jones, um dos maiores e mais influentes produtores musicais de todos os tempos, faleceu neste domingo (3) aos 91 anos. Conhecido por seu trabalho revolucionário e por ter moldado a carreira de artistas como Michael Jackson, Jones deixa um legado incomparável na indústria da música. Sua influência abrange múltiplas gerações, e ele será sempre lembrado pela genialidade com que inovou e desafiou os padrões musicais, além da marca deixada na música pop, jazz e R&B.
Quincy Jones e Michael Jackson: a parceria que criou um dos álbuns mais vendidos da história
Quincy Jones foi uma peça-chave no desenvolvimento artístico de Michael Jackson, especialmente no início da carreira solo do cantor. Em 1979, os dois lançaram “Off The Wall”, o primeiro disco solo de Jackson em idade adulta, que foi aclamado pela crítica e abriu portas para a criação de “Thriller”, o álbum que consolidou Jackson como o “Rei do Pop”.
Ao desenvolver o segundo álbum, Michael Jackson tinha em mente um propósito ambicioso: fazer de “Thriller” um disco onde “cada música fosse um hit”, como contou à revista Ebony. Motivado por uma visão inovadora e competitiva, Jackson desejava que cada faixa do álbum tivesse potencial para ser lançada como single. Essa ambição encontrou ressonância no perfeccionismo de Quincy, que ajudou a transformar essa visão em realidade.
A criação de “Thriller”: colaborações, sacrifícios e inovação musical
O álbum “Thriller”, lançado em 29 de novembro de 1982, contou com um time de peso. Quincy trouxe ao projeto Rod Temperton, compositor britânico que havia colaborado em Off The Wall, para criar faixas que capturassem o público em múltiplos estilos musicais. Com sessões intensas de gravação, a dupla enfrentou noites sem sono e desafios técnicos — incluindo até um incidente em que os alto-falantes pegaram fogo, tamanha a intensidade do trabalho.
Das composições iniciais, estava “Starlight”, uma canção transformada em “Thriller” após Quincy perceber o interesse de Jackson por filmes de terror. A faixa ganhou vida com a voz de Vincent Price, icônico ator do gênero de horror, que contribuiu para o clima arrepiante da canção. Além disso, Eddie Van Halen foi convidado para um solo de guitarra marcante em “Beat It”, trazendo uma atmosfera rock ao álbum.
Quincy e Michael Jackson montaram o álbum com rigor, selecionando e refinando as músicas até que restassem as nove faixas finais, incluindo “Billie Jean”, “Wanna Be Startin’ Something” e “Human Nature”. Com uma visão estratégica, Jones focou em estilos variados, como rock, R&B, e soul, ampliando o alcance do álbum.
Legado de um álbum recordista
O sucesso de “Thriller” foi estrondoso, superando todas as expectativas. Em um ano, o álbum já havia vendido 32 milhões de cópias mundialmente e, até hoje, mantém o título de álbum mais vendido de todos os tempos, segundo o Guinness World Records. Quincy Jones, em entrevista, comentou sobre o sucesso: “Entramos no estúdio para fazer o maior disco do mundo. Você se surpreende quando isso não acontece. Nós tivemos sorte”.
A contribuição de Quincy Jones para a música vai muito além de “Thriller” e de sua parceria com Michael Jackson. Ao longo de sua carreira, ele trabalhou com ícones como Ray Charles, Frank Sinatra e Aretha Franklin, consolidando-se como uma lenda da indústria musical. A perda de Quincy deixa um vazio, mas seu impacto na música permanece imortal.