Demi Moore compartilhou recentemente uma experiência traumática que vivenciou no início de sua carreira em Hollywood, um episódio que contribuiu para o desenvolvimento de um transtorno alimentar. Em entrevista à revista Elle, publicada nesta quinta-feira (14), a atriz de 62 anos revelou que um produtor de cinema a humilhou ao pedir insistentemente que perdesse peso, o que a afetou profundamente, levando-a a adotar comportamentos prejudiciais relacionados à alimentação e ao exercício físico.
Demi Moore fala sobre humilhação e transtorno alimentar causado por pressão estética na indústria
De acordo com Moore, o produtor a chamou de lado, em um momento isolado, e fez o pedido várias vezes, o que ela descreveu como extremamente constrangedor e humilhante. Embora não tenha revelado o nome do produtor nem o filme em que estava envolvida, a atriz explicou que esse episódio marcou o início de uma obsessão por dietas e exercícios, impactando sua saúde mental e emocional. “Enfrentei um tormento muito grande quando era mais jovem. O exemplo perfeito disso é quando um produtor me pediu várias vezes para perder peso”, disse a atriz.
Moore também refletiu sobre como internalizou as pressões externas e passou a adotar comportamentos extremos para atender aos padrões estéticos da indústria. Ela reconheceu que sua busca por um corpo “perfeito” se tornou uma forma de medir seu valor. “Todo o meu valor estava em meu corpo”, afirmou, explicando que esse período de sua vida a levou a se torturar fisicamente e emocionalmente.
A atriz também associou suas escolhas artísticas a essa fase de obsessão com a aparência, sugerindo que muitos de seus papéis foram escolhidos, consciente ou inconscientemente, com o objetivo de ter controle sobre sua imagem e encontrar alguma forma de aceitação e autocompaixão. “Mudei meu corpo várias vezes em diferentes papéis. Acho que escolhi esses papéis, conscientemente ou não, justamente pela oportunidade de ter algum tipo de paz e amor-próprio”, declarou.
Em seu mais recente projeto, A Substância (2024), Demi Moore aborda as consequências da pressão estética e do etarismo na indústria do entretenimento. No filme, dirigido por Coralie Fargeat, Moore interpreta Elisabeth Sparkle, uma apresentadora de televisão que é demitida de seu programa por ser considerada “velha demais”. Desesperada, a personagem aceita usar uma substância milagrosa que promete criar uma versão melhorada dela mesma, explorando a obsessão por perfeição e a busca pelo rejuvenescimento.
Com esta obra, Moore não só reflete sobre sua própria experiência, mas também se junta a uma discussão mais ampla sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres na indústria cinematográfica, especialmente relacionadas à aparência e ao envelhecimento. O filme, assim como seu testemunho, busca questionar as normas sociais e as pressões que afetam a autoestima e a saúde mental de tantas pessoas.