“Extermínio”, lançado em 2002, é considerado um dos grandes filmes pós-apocalípticos, consolidando seu lugar como um clássico, especialmente por sua abordagem inovadora, apesar de seu orçamento relativamente baixo. Dirigido por Danny Boyle, o filme foi escrito por Alex Garland, de Ex Machina, e estrelado por Cillian Murphy, conhecido por seu papel em Peaky Blinders. Murphy interpreta Jim, um entregador de bicicleta que acorda de um coma para descobrir que um vírus altamente contagioso devastou a sociedade, transformando os infectados em criaturas agressivas, semelhantes a zumbis.
O filme é repleto de cenas memoráveis, sendo uma das mais icônicas a sequência em que Jim caminha sozinho por uma Londres deserta. A imagem do protagonista percorrendo marcos famosos da cidade vazios, como a ponte de Westminster, transmite uma sensação de desolação e desesperança. Para capturar essas imagens poderosas, Boyle teve que ser criativo, dado o orçamento modesto de apenas 8 milhões de dólares.
De acordo com o TikToker @ban.man_, que compartilhou detalhes sobre os bastidores do filme, a equipe usou diversas técnicas para filmar essas cenas de maneira eficiente. Um dos principais truques foi filmar todas as cenas em Londres exclusivamente aos domingos, nas primeiras horas da manhã. Esse horário evitava o tráfego intenso e as multidões do centro de Londres, permitindo que a equipe filmasse com maior liberdade, sem a interferência de carros ou pedestres.
Cillian Murphy, o protagonista, afirmou que a equipe tinha “janelas impecavelmente curtas para concluir essas cenas”, com algumas tomadas sendo feitas em apenas “dez minutos”. Esse tempo restrito de filmagem foi uma necessidade prática devido à logística limitada, mas também foi uma solução criativa para capturar as cenas de forma eficiente.
Outro fator que contribuiu para o estilo visual único de 28 Days Later foi o uso de câmeras menores, como a Canon XL1. Essa câmera de vídeo digital foi escolhida porque não exigia a mesma logística das câmeras tradicionais de filme, permitindo que a equipe se movesse rapidamente e capturasse múltiplas tomadas de diferentes ângulos com apenas uma câmera. Como resultado, as cenas em Londres foram filmadas de maneira mais ágil e fluida, sem a necessidade de múltiplas câmeras em diferentes posições. O uso da Canon XL1 também deu ao filme uma textura granulada, que se tornou uma das características visuais que marcaram 28 Days Later, conferindo-lhe uma estética crua e realista.
Embora o uso dessa tecnologia tenha sido em grande parte uma solução prática devido ao orçamento limitado, ele acabou se tornando uma marca registrada do estilo de Boyle, que soube aproveitar ao máximo as limitações. O resultado final foi um filme que arrecadou mais de US$ 82,7 milhões globalmente, superando em muito seu orçamento inicial. A produção de 28 Days Later é um exemplo claro de como a criatividade pode transformar restrições financeiras em uma vantagem, levando o filme a um grande sucesso tanto de crítica quanto de público.
A técnica de Boyle em trabalhar com equipamentos simples e orçamentos modestos continua a ser uma característica de sua carreira. Recentemente, o diretor usou iPhones 15 adaptados para filmar a sequência de 28 Days Later, intitulada Extermínio, com um orçamento de US$ 75 milhões, continuando a inovar e testar novas abordagens tecnológicas.