A polícia dos EUA prendeu Luigi Nicholas Mangione, de 26 anos, na Pensilvânia, em conexão com o assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson. Mangione foi detido na região de Altoona, a 375 quilômetros de Nova York, em uma unidade do McDonald’s, após ser denunciado por semelhança com as fotos divulgadas pela polícia de Nova York. Ele foi preso por apresentar um documento falso de Nova Jersey e por posse ilegal de arma.
Detalhes da prisão e evidências
Mangione estava em posse de uma “arma-fantasma” e um silenciador. Essas armas são sem série e mais difíceis de serem rastreadas, geralmente feitas em casa a partir de peças individuais. A arma encontrada com Mangione atirava munições de 9 milímetros, semelhantes às que mataram Brian Thompson.
Além disso, Mangione teria escrito um “manifesto” criticando as seguradoras de saúde por priorizarem o lucro em detrimento do cuidado com os clientes. O documento apontava sua motivação e interesses, segundo a comissária de polícia Jessica Tisch.
Histórico e motivação do suspeito
Luigi Mangione não tem histórico criminal em Nova York e é originário do estado de Maryland. Seu último endereço conhecido é no Havaí. Ele teria viajado a Nova York de ônibus para realizar o assassinato. Brian Thompson, de 50 anos, estava em frente ao Hilton de Midtown, onde participaria de uma conferência de investidores, quando foi atingido pouco antes das 7h (9h, no horário de Brasília).
Reação e investigação
Após o ataque, policiais tentaram reanimar Thompson e o levaram a um hospital, onde sua morte foi confirmada. “Estamos profundamente tristes e chocados com o falecimento de nosso querido amigo e colega Brian Thompson, diretor-executivo da UnitedHealthcare”, disse a empresa em comunicado.
O chefe dos detetives da Polícia de Nova York, Joseph Kenny, informou que o atirador chegou a pé cinco minutos antes de Thompson, que aparentemente caminhava sem seguranças em frente ao hotel. A esposa de Thompson afirmou à TV NBC que o marido havia recebido ameaças recentes.
Arma utilizada e recompensa
A arma utilizada é semelhante às usadas por fazendeiros para abater animais em silêncio. Diferente do que se pensava, o assassino provavelmente não usou um silenciador. O FBI ofereceu uma recompensa de 50 mil dólares (R$ 300 mil) por informações sobre o paradeiro do assassino. Após matar o CEO da UnitedHealthcare, ele teria ido de bicicleta ao Central Park e, em seguida, pegado um táxi até a Estação de Ônibus da Ponte George Washington.
Sistema de saúde nos EUA e impacto
O sistema de saúde nos Estados Unidos é baseado em planos privados, sendo o único país desenvolvido que não oferece cuidado universal de saúde. A UnitedHealthcare, administrada pela vítima, é a seguradora de saúde que mais nega pedidos de pacientes, com uma taxa de negação de 32%, enquanto a média nacional é de 16%.
A prisão de Luigi Nicholas Mangione marca um passo importante na investigação do assassinato de Brian Thompson, trazendo à tona questões sobre o sistema de saúde e a segurança dos executivos das grandes corporações.