O filme “Kraven, o Caçador”, primeiro longa-metragem de super-herói da Sony com classificação R, amargou uma estreia desastrosa nas bilheterias norte-americanas, arrecadando apenas US$ 11 milhões. O desempenho deixou o filme na terceira posição, atrás dos líderes “Moana 2” e “Wicked“, que continuam a atrair multidões nos cinemas.
No mercado internacional, o anti-herói estrelado por Aaron Taylor-Johnson também não conseguiu empolgar, arrecadando modestos US$ 15 milhões em 60 mercados, somando uma estreia global de US$ 26 milhões. Diante de um orçamento inflado para US$ 110 milhões, resultado de atrasos relacionados à pandemia e à greve de Hollywood, o retorno inicial de “Kraven” é decepcionante.
Críticas severas e má recepção do público
A recepção crítica de “Kraven” foi negativa, com avaliações apontando falhas no roteiro e no tom do filme. O público também não se mostrou impressionado, atribuindo uma nota C no CinemaScore, o que geralmente indica fraca sustentação nas semanas seguintes.
A tentativa da Sony de comercializar “Kraven” como um thriller de ação no estilo de “John Wick”, em vez de um típico filme de quadrinhos, não conseguiu atrair os espectadores, mesmo com um elenco de peso que inclui Russell Crowe, Ariana DeBose e Fred Hechinger.
O desempenho de “Kraven” suplantou “Madame Web” como a pior estreia para um filme baseado em um personagem da Marvel produzido pela Sony. A estratégia do estúdio de explorar personagens do universo do Homem-Aranha sem a presença do herói titular está cada vez mais sendo questionada.
Outros destaques do fim de semana
- “Moana 2” manteve a liderança pelo terceiro fim de semana consecutivo, arrecadando US$ 26,6 milhões no mercado doméstico e ultrapassando US$ 717 milhões globalmente. A sequência da Disney está a caminho de se juntar ao seleto clube dos filmes que arrecadam US$ 1 bilhão.
- “Wicked” continuou em alta, somando US$ 22,5 milhões e superando a marca global de US$ 500 milhões em apenas quatro semanas.
- “Gladiador II”, a sequência do épico dirigido por Ridley Scott, garantiu o quarto lugar na América do Norte com US$ 7,8 milhões, atingindo uma arrecadação doméstica de US$ 146 milhões e global de US$ 398,5 milhões.
Filmes menores e relançamentos se destacam
O relançamento de “Interstellar”, de Christopher Nolan, em 321 salas Imax arrecadou US$ 3,3 milhões, garantindo o sétimo lugar no ranking norte-americano.
No circuito de premiações, “Queer”, da A24, conseguiu entrar no top 10 com US$ 791 mil, ampliando sua contagem doméstica para US$ 1,9 milhão. Já “Nickel Boys”, do Amazon MGM Studios, estreou com uma média por sala promissora de US$ 30.422 em dois cinemas.
Panorama das bilheterias e tendências futuras
O mercado doméstico viu um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado pelo forte desempenho de sucessos como “Moana 2”, “Wicked” e “Gladiador II”.
Já os resultados de “Kraven, o Caçador” reforçam o desafio da Sony Pictures em sustentar seu universo de personagens derivados do Homem-Aranha. O desempenho fraco de títulos como “Madame Web” e “Morbius” sugere que a estratégia do estúdio precisa ser repensada, especialmente diante de um público cada vez mais exigente em relação a filmes de super-heróis.
Com esses números iniciais, “Kraven” dificilmente encontrará força para se recuperar, colocando em dúvida o futuro de novos projetos independentes baseados nos vilões do universo do Homem-Aranha.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
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