Com críticas severas e vendas decepcionantes, novo capítulo da franquia questiona decisões criativas e gestão de expectativas.

O lançamento de Dragon Age: The Veilguard marcou um dos momentos mais controversos na história da BioWare. Enquanto a diretora Corinne Busche atribuiu a recepção negativa a uma suposta campanha de ódio promovida por setores polarizados da comunidade gamer, análises mais aprofundadas sugerem que os problemas do jogo podem estar mais relacionados a decisões criativas e estruturais do que a influências externas.

Declarações e controvérsias

Em entrevista ao ex-escritor do Kotaku Hayes Madsen, Busche argumentou que a polarização nos debates atuais afetou diretamente a percepção do jogo. A diretora ressaltou que The Veilguard foi alvo de bombardeios de avaliações injustas e críticas movidas por questões culturais, desviando a atenção das falhas reais ou sucessos do título. “É difícil. Cresci em uma época em que realmente parecia que estávamos lá para celebrar os jogos e ter essas experiências compartilhadas, e esse impulso ainda está lá”, Busche opinou no artigo altamente lisonjeiro que Madsen escreveu no Inverse.

“Acho que o discurso que vemos é o resultado de tempos altamente polarizados, e talvez seja um pouco ingênuo. Sei que é difícil quando você tem que se perguntar: ‘este jogo é para mim? Eu pertenço a este lugar?’ E os jogos são melhores quando podemos dizer: ‘sim, você pertence a este lugar.'”

No entanto, as alegações de Busche contrastam com dados concretos. The Veilguard registrou uma pontuação de 3,9 no Metacritic e vendas que ficaram muito aquém da meta projetada pela BioWare, de 10 milhões de unidades. Segundo fontes ligadas ao setor, o jogo não conseguiu alcançar nem 1,5 milhão de cópias vendidas.

Mudanças na essência da franquia

A saga Dragon Age sempre foi reconhecida por sua rica narrativa, personagens complexos e a liberdade de escolha do jogador. Elementos como a ambientação de fantasia sombria e o impacto das decisões na trama eram marcas registradas que mantinham uma base de fãs leal e apaixonada.

Porém, The Veilguard trouxe mudanças significativas que, segundo críticos e jogadores, diluíram a essência da série. A narrativa foi acusada de priorizar questões de identidade sobre a construção de uma história coerente e impactante, enquanto mecânicas de jogo centrais, como a escolha do jogador, foram simplificadas ou abandonadas.

Uma resposta aos tempos atuais ou um erro de direção?

Busche enfatizou que a inclusão e a diversidade foram pilares no desenvolvimento de The Veilguard. Embora esses elementos sejam cada vez mais valorizados na indústria de jogos, a implementação inadequada pode comprometer o equilíbrio entre representatividade e qualidade. O afastamento da fórmula que definiu Dragon Age gerou uma desconexão com os fãs, que sentiram falta das características que tornaram a franquia um sucesso.

Desafios e aprendizados para a BioWare

As vendas decepcionantes e as críticas negativas indicam problemas que vão além de uma suposta campanha de ódio. A desconexão com a base de fãs, decisões criativas questionáveis e a falta de inovação consistente parecem ser os principais fatores que contribuíram para o desempenho insatisfatório de The Veilguard.

Para uma possível revitalização da franquia, a BioWare precisa reconsiderar as escolhas feitas em The Veilguard e ouvir atentamente a comunidade de jogadores. Ao priorizar as raízes narrativas e mecânicas de Dragon Age, o estúdio pode encontrar um caminho para reconquistar sua audiência.

Redação Bastidores

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