O ator mexicano Emilio Echevarría, conhecido por sua marcante interpretação de El Chivo no filme Amores Brutos (2000), de Alejandro G. Iñárritu, faleceu no último sábado, aos 80 anos. A notícia foi confirmada pela Academia Mexicana de Artes e Ciências Cinematográficas. Até o momento, a causa da morte não foi divulgada.
Carreira no cinema e atuações memoráveis
Echevarría ganhou notoriedade ao participar de grandes produções do cinema mexicano e internacional. Além de Amores Brutos, ele esteve no premiado E Sua Mãe Também (2001), dirigido por Alfonso Cuarón, e em Babel (2006), outro trabalho de Iñárritu que concorreu ao Oscar de melhor filme.
Sua trajetória internacional inclui o papel de Raoul, o misterioso agente britânico no longa de James Bond Um Novo Dia Para Morrer (2002), e a interpretação do presidente mexicano Antonio López de Santa Anna em The Alamo (2004), de John Lee Hancock.
No icônico Amores Brutos, Echevarría deu vida ao enigmático El Chivo, um ex-guerrilheiro que se torna assassino de aluguel, cuja trajetória complexa se entrelaça com os temas sombrios do filme. Sua atuação foi amplamente elogiada pela crítica, consolidando sua reputação como um dos grandes atores do cinema mexicano.
Início tardio e sucesso no teatro e TV
Nascido em 3 de julho de 1944, na Cidade do México, Emilio Echevarría inicialmente se formou em contabilidade pela Universidade Nacional Autônoma do México e trabalhou como contador na Televisa. Porém, aos 31 anos, decidiu mudar de carreira após ser convidado por uma amiga para participar de uma peça de teatro.
“No primeiro ensaio, eu sabia que essa era a vocação e o trabalho mais prazerosos que eu poderia fazer”, contou Echevarría em uma entrevista de 2008.
Desde então, construiu uma sólida carreira no teatro e na televisão. Em 2011, interpretou o presidente Venustiano Carranza na minissérie histórica da Televisa El Encanto del Águila, e, mais tarde, participou da série Mozart in the Jungle (2015-2016), da Prime Video, ao lado de Gael García Bernal.
Reconhecimento e legado
Echevarría foi indicado três vezes ao prêmio Ariel, considerado o Oscar mexicano, pelos filmes Dying in the Gulf (1990), A Monster With a Thousand Heads (2016) e The Chosen (2018).
Guillermo Arriaga, roteirista de Amores Brutos, lamentou a morte do ator em suas redes sociais:
“Um ator tremendo e um ser humano ainda melhor. Um amigo querido. Tive o privilégio de colaborar com ele em várias produções. Um grande homem.”
O ator deixa uma filha, Lourdes Echevarría, que também seguiu carreira artística.