O renomado escritor de Taxi Driver e diretor de First Reformed, Paul Schrader, gerou polêmica ao se manifestar em apoio ao uso do ChatGPT para gerar ideias criativas para filmes. Em uma publicação recente no Facebook, Schrader expressou seu entusiasmo ao pedir à plataforma de IA que gerasse enredos para filmes de grandes cineastas, incluindo o próprio Schrader, além de Paul Thomas Anderson, Quentin Tarantino, Harmony Korine, Ingmar Bergman, e outros ícones do cinema.
Em sua publicação, Schrader escreveu:
“ESTOU ASSUSTADO. Acabei de pedir ao ChatGPT ‘uma ideia para o filme de Paul Schrader’. Depois Paul Thomas Anderson. Depois Quentin Tarantino. Depois Harmony Korine. Depois Ingmar Bergman. Depois Rossellini. Lang. Scorsese. Murnau. Capra. Ford. Spielberg. Lynch. Cada ideia que o ChatGPT teve (em alguns segundos) foi boa. E original. E desenvolvida. Por que os escritores deveriam ficar sentados por meses procurando uma boa ideia quando a IA pode fornecer uma em segundos?”
Reações negativas e apoio à IA na escrita de roteiros
A publicação gerou reações mistas, com muitos seguidores de Schrader demonstrando desconforto com sua defesa da IA. Comentários como “Paul, está tudo bem?”, “Acho que Paul foi hackeado”, e “Jesus, Paul… pare de promover essa merda, por favor” surgiram entre os fãs, questionando a postura do cineasta. No entanto, Schrader se manteve firme em sua visão sobre a IA, considerando-a uma ferramenta poderosa para agilizar o processo criativo.
Ele também compartilhou uma experiência recente em que usou o ChatGPT para aprimorar um roteiro que escreveu anos atrás, afirmando que a IA forneceu sugestões tão boas ou melhores do que ele já havia recebido de executivos de cinema. Schrader comparou o impacto da IA no cinema a uma revolução, mencionando o momento existencial vivido por Garry Kasparov, que em 1997 percebeu que o Deep Blue, supercomputador da IBM, seria capaz de derrotá-lo no xadrez.
“Percebi que a IA é mais inteligente do que eu. Tem ideias melhores, tem maneiras mais eficientes de executá-las. Este é um momento existencial, semelhante ao que Kasparov sentiu em 1997 quando percebeu que o Deep Blue iria vencê-lo no xadrez.”
Próximos projetos de Schrader
O último filme de Schrader, Oh, Canada, estrelado por Richard Gere e Jacob Elordi, foi exibido no Festival de Cinema de Cannes. O filme acompanha um cineasta em fase terminal, que reflete sobre sua vida e carreira durante uma entrevista final. O próximo projeto do diretor será um filme noir sobre “obsessão sexual”, intitulado Non Compos Mentis.
Schrader revelou que o filme tratará das “coisas estúpidas que os homens fazem por amor”, prometendo explorar temas de obsessão e comportamento humano.
