Lançado em 2016, Dishonored 2 foi aclamado pela crítica, mas ficou aquém das expectativas comerciais da Bethesda e da controladora Zenimax. Apesar disso, o título desempenhou um papel essencial em solidificar a posição da Arkane como uma desenvolvedora de destaque dentro da indústria. Julien Eveillé, ex-designer da Arkane Lyon, revelou em entrevista à PC Gamer que o sucesso crítico da série garantiu uma “espécie de proteção de selo de qualidade” ao estúdio, mesmo diante de comparações inevitáveis com gigantes como Skyrim que foi uma produção mais barata para a Bethesda.
O peso de Dishonored e o papel de Dinga Bakaba
Eveillé destacou que, embora os executivos da Bethesda questionassem a viabilidade de continuar investindo na Arkane, o alto nível de refinamento técnico de Dishonored 2 “meio que salvou o estúdio”. Essa reputação foi essencial após a saída de Raphael Colantonio, fundador da Arkane, com Dinga Bakaba assumindo um papel central na reconstrução da confiança da alta gerência.
Bakaba defendeu uma abordagem clara: focar na criação de experiências únicas e refinadas, em vez de seguir tendências como jogos como serviço. Essa filosofia sustentou títulos como Prey (2017) e Deathloop (2021), que reforçaram o legado da Arkane.
O fracasso de Redfall e o futuro da Arkane
No entanto, a história recente da Arkane também foi marcada por desafios. Redfall (2023), desenvolvido pela Arkane Austin, foi amplamente criticado por problemas técnicos e pela tentativa de implementar elementos de serviço ao vivo, algo distante dos pontos fortes do estúdio. O fracasso comercial do jogo levou ao fechamento da Arkane Austin pela Microsoft, controladora da Zenimax, decisão que Raphael Colantonio chamou de “estúpida” por destruir uma equipe singular e talentosa.
Enquanto isso, a Arkane Lyon segue em frente e está atualmente envolvida no desenvolvimento de Blade da Marvel, um projeto que reflete a tentativa do estúdio de equilibrar criatividade e sustentabilidade em um cenário de expectativas corporativas cada vez mais exigentes.