A startup chinesa DeepSeek está sendo acusada de manipular informações sobre o desenvolvimento de seu modelo de IA, o DeepSeek R1. Segundo um relatório do SemiAnalysis, a empresa pode ter distorcido dados sobre o custo e a infraestrutura utilizada, ocultando investimentos massivos e uma grande quantidade de GPUs.

De acordo com a DeepSeek, seu modelo foi treinado com apenas 2.048 GPUs e custou cerca de US$ 6 milhões. No entanto, especialistas vêm questionando esses números desde que foram divulgados, apontando inconsistências. O SemiAnalysis agora reforça essa suspeita, sugerindo que a empresa, na verdade, conta com uma estrutura de cerca de 50.000 GPUs da NVIDIA, um investimento que teria ultrapassado US$ 1,6 bilhão.

DeepSeek teria estrutura muito maior do que anunciou

Especulações anteriores já indicavam que a DeepSeek possuía 50.000 placas H100 da NVIDIA, mas o SemiAnalysis apresenta um panorama mais detalhado. Segundo a reportagem, a empresa utiliza 10.000 unidades da H100, outras 10.000 da H800 e um grande número de placas H20 para compor sua infraestrutura de IA.

Ainda que o relatório confirme que a DeepSeek “inflou” seus números para parecer mais inovadora do que realmente é, a empresa ainda opera com menos recursos do que rivais como a OpenAI. Além disso, a startup adota uma abordagem diferente no mercado: em vez de captar investimentos externos, ela se mantém financeiramente independente, o que proporciona maior agilidade nas decisões estratégicas.

Outro diferencial da DeepSeek está em seu recrutamento. Em vez de buscar engenheiros nos EUA ou em Taiwan, a empresa tem priorizado talentos da China continental, diretamente em universidades do país, oferecendo salários muito acima da média do mercado. Segundo o SemiAnalysis, alguns pesquisadores chegam a ganhar mais de US$ 1,3 milhão por ano.

Embora ainda não tenha se pronunciado oficialmente sobre as acusações, a DeepSeek pode enfrentar questionamentos sobre a transparência de suas operações. A revelação de que a empresa chinesa minimizou o investimento real em sua IA reforça as dúvidas sobre seu verdadeiro nível de competitividade frente às big techs ocidentais.

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