O ator Stênio Garcia, com 71 anos de carreira, lamentou a escassez de oportunidades para veteranos em novelas atuais. Em entrevista à Quem, o artista, afastado das telinhas desde Salve Jorge (2012), destacou que autores da nova geração não sabem mais escrever para personagens mais velhos, o que impacta diretamente a representatividade dos idosos no audiovisual.

A falta de papéis para atores mais velhos

Segundo Stênio, a mudança na abordagem dos roteiristas tem dificultado a permanência de atores experientes no mercado.

“Os autores novos não sabem mais escrever para as pessoas velhas, mas o Brasil é cheio de idoso. Para um idoso trabalhar, o autor tem que saber escrever para ele. Ouvi o Tarcísio Meira dizer isso e bateu fundo em mim. Os grandes autores morreram ou não estão trabalhando”, lamentou.

A mudança no modelo de trabalho

O ator também abordou a transformação no modelo de contratação dos artistas, que agora ocorre por obra, o que dificulta a estabilidade financeira.

“Se o ator não empreende e depende do audiovisual, que é o que paga melhor, não vive porque não tem constância. Todos os modelos de trabalho são por obra e, de repente, quando o ator é muito bom, são diárias. Não podemos nos deixar leiloar por menos do que valemos”, explicou.

Desvalorização dos veteranos

Mesmo compreendendo as mudanças do mercado, Stênio destacou que a internet privilegia talentos mais jovens e que muitos atores experientes, com formação teatral sólida, acabam ficando de lado.

“Tem a internet que é de gente nova. Tem gente que não sabe quem eu sou e tem gente que não sei quem é. Mas temos atores que conhecem um processo de criação que muitos atores jovens não conhecem. Atores que não se formaram no teatro, nas companhias de teatro, que te dá profundidade no exercício do ofício”, pontuou.

Últimos trabalhos de Stênio Garcia

Após sua participação em Salve Jorge, Stênio fez apenas aparições especiais em produções da TV Globo. Seu último papel em novelas foi em Deus Salve o Rei (2018). Atualmente, o ator busca novas oportunidades, mas enfatiza a importância da valorização dos profissionais veteranos no cenário audiovisual.

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