Shawn Layden, ex-chefe do PlayStation, expressou sérias preocupações sobre o crescimento dos orçamentos para jogos AAA. Ele acredita que, à medida que os custos de produção aumentam, a disposição para assumir riscos diminui, o que pode prejudicar a inovação no setor.

Principais destaques:

  • Shawn Layden está preocupado com os orçamentos crescentes para jogos AAA.

  • O aumento de custos pode reduzir a tolerância ao risco dos desenvolvedores.

  • Layden sugere que o mercado AA pode ser a chave para renovar a indústria.

  • A competição por tempo dos jogadores nos jogos de serviço ao vivo se torna um grande desafio.

O impacto do aumento nos orçamentos dos jogos

Em uma entrevista ao criador de conteúdo Destin Legarie, Layden falou abertamente sobre suas preocupações em relação aos orçamentos elevados dos jogos AAA. Ele afirmou: “Estou mortalmente preocupado com isso. Acho que é uma ameaça existencial aos jogos.” Segundo Layden, com o aumento dos custos, a tolerância ao risco diminui drasticamente, o que pode sufocar a criatividade e inovação dentro da indústria de jogos.

Ele destacou que, apesar de ainda existirem grandes sucessos como GTA Online e Fortnite, também há muitos exemplos de fracassos financeiros. “Sim, bem, deixe-me mostrar a vocês os baldes de não grandes sucessos”, declarou Layden, fazendo referência ao impacto dos altos custos em projetos que não atingem o sucesso esperado.

A importância de buscar novas abordagens

Layden sugeriu que os desenvolvedores poderiam aprender com o passado e explorar novos modelos de mercado. Ele citou o mercado AA como uma possível alternativa, com jogos que custam menos para produzir e têm um risco mais controlado. Ele também se mostrou interessado nas tendências emergentes, como o crescente entusiasmo por serviços ao vivo e como muitos estúdios tentaram entrar nesse mercado após a pandemia de COVID-19.

No entanto, Layden também questionou quantos jogos de serviço ao vivo podem coexistir no mercado, destacando que títulos como Destiny 2, Apex Legends e GTA Online dominam a atenção dos jogadores, tornando difícil para novos jogos ganharem espaço. Ele apontou que há um “custo de troca” significativo para os jogadores que já investiram muito tempo em jogos estabelecidos, dificultando a adesão a novas propostas.

O desafio dos jogos de serviço ao vivo

Layden reconheceu que a competição entre jogos de serviço ao vivo é intensa, e novos lançamentos enfrentam dificuldades para manter a base de jogadores. “Quantos ‘jogos para sempre’ uma pessoa pode realmente jogar?” ele perguntou, referindo-se à saturação do mercado e ao desafio de manter os jogadores engajados.

Ele fez uma comparação com o comportamento dos jogadores de Destiny 2, que preferem permanecer em jogos que já dominam, em vez de se aventurarem em novos títulos. Esse fenômeno é uma das razões pelas quais muitos jogos de serviço ao vivo recentes têm dificuldades para se sustentar no mercado. No entanto, Layden também observou que existem exceções, como o jogo de tiro em terceira pessoa Marvel Rivals, que conseguiu se destacar, mas é um caso raro.

O futuro dos jogos e a inovação

Shawn Layden acredita que a chave para o futuro dos jogos pode estar na exploração de novas abordagens, tanto em termos de orçamentos quanto de formatos de jogo. A evolução do mercado de jogos de serviço ao vivo e a capacidade dos desenvolvedores de assumir riscos controlados serão cruciais para garantir a continuidade da inovação no setor. O mercado AA e outras alternativas podem ser uma solução para criar experiências mais acessíveis e menos dependentes dos altos orçamentos dos jogos AAA.

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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