John Boyega voltou a falar sobre sua experiência na franquia “Star Wars”, chamando-a de “tão branca” durante uma entrevista no documentário “Number One on the Call Sheet: Black Leading Men in Hollywood”, da Apple TV+. O ator britânico, que interpretou Finn na trilogia sequencial da saga, discutiu a falta de diversidade na franquia e o racismo que enfrentou por parte de alguns fãs.

“Star Wars” e a questão racial

“Deixa eu te contar, ‘Star Wars’ sempre teve a vibe de estar no espaço mais branco e de elite. É uma franquia tão branca que a simples presença de uma pessoa negra nela já era algo”, afirmou Boyega no documentário.

O ator comparou a inclusão de personagens negros a pequenas migalhas distribuídas esporadicamente:

“Você sempre pode dizer que é algo quando alguns fãs de ‘Star Wars’ tentam dizer, ‘Bem, nós tivemos Lando Calrissian e tivemos Samuel L. Jackson!’ É como me dizer quantas gotas de biscoito tem na massa do biscoito. É como se eles simplesmente espalhassem isso ali, mano!”

Ele também criticou a resistência de parte do público à inclusão de protagonistas negros:

“Eles estão bem com a gente interpretando o melhor amigo, mas uma vez que tocamos em seus heróis, uma vez que lideramos, uma vez que desbravamos, é como, ‘Meu Deus, é um pouco demais! Eles estão bajulando’.”

A crítica à Disney e à construção do personagem Finn

Essa não é a primeira vez que Boyega se manifesta sobre o tratamento dado a seu personagem em “Star Wars”. Em entrevista à GQ em 2020, ele acusou a Disney de promover Finn como um personagem central apenas para depois colocá-lo de lado na narrativa.

“O que eu diria à Disney é não trazer um personagem negro, comercializá-lo para ser muito mais importante na franquia do que realmente é e então deixá-lo de lado. Não é bom. Vou dizer isso diretamente.”

Segundo ele, enquanto personagens como Rey (Daisy Ridley) e Kylo Ren (Adam Driver) receberam desenvolvimento profundo, os personagens de Kelly Marie Tran (Rose Tico) e o próprio Finn foram negligenciados.

“Vocês sabiam o que fazer com Daisy Ridley, sabiam o que fazer com Adam Driver. Mas quando se tratava de Kelly Marie Tran, quando se tratava de John Boyega, vocês não sabem de nada. Então, o que você quer que eu diga? O que eles querem que você diga é: ‘Gostei de fazer parte disso. Foi uma ótima experiência…’ Não, não, não.”

Conversa com a Disney e impacto para o futuro

Após as declarações polêmicas, Boyega revelou que um executivo da Disney entrou em contato para discutir suas críticas.

“Houve muita explicação da parte deles em termos da maneira como viam as coisas. Eles me deram a chance também de explicar como foi minha experiência.”

O ator espera que seu posicionamento ajude futuras gerações de profissionais negros na indústria cinematográfica:

“Espero que ser tão aberto com minha carreira, neste estágio, ajude o próximo homem, o cara que quer ser o assistente de diretor de fotografia, o cara que quer ser um produtor. Espero que a conversa não seja mais um tabu ou um elefante na sala.”

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