Startup americana realiza primeira desextinção bem-sucedida com uso de DNA fóssil e edição genética avançada
Pela primeira vez na história, uma espécie extinta voltou à vida. Em 1º de outubro de 2024, nasceram Remus, Romulus e Khaleesi, três filhotes de lobo terrível (dire wolf), uma espécie de predador que desapareceu da Terra há mais de 10 mil anos. O feito extraordinário foi realizado pela startup americana Colossal Biosciences, especializada em tecnologias de desextinção.
Os lobos terríveis dominaram vastas áreas das Américas durante a última Era do Gelo, sendo especialmente conhecidos por sua força e comportamento de caça em matilhas. Embora menores que os lobos-cinzentos modernos, esses carnívoros eram capazes de enfrentar presas gigantes como bisões ancestrais e até mastodontes.
DNA fóssil, CRISPR e seis anos de pesquisa
A reintrodução da espécie foi possível graças à recuperação e reconstrução de seu genoma completo, a partir de fragmentos de DNA extraídos de fósseis com até 72 mil anos. Com base nesses dados, os cientistas aplicaram o sistema CRISPR de edição genética, inserindo genes do lobo terrível em embriões de uma espécie similar moderna, usada como hospedeira para gestação.
O projeto levou seis anos entre a primeira coleta genética e o nascimento dos filhotes. Os três lobos nasceram em datas diferentes, sendo a fêmea Khaleesi — batizada em homenagem à personagem de Game of Thrones — a mais jovem.
Um marco para a ciência e a conservação
A Colossal comemorou o feito como um avanço histórico não só na biotecnologia, mas também na preservação ambiental. A empresa afirma que a técnica pode ser aplicada futuramente em outras espécies extintas ou ameaçadas, abrindo novas fronteiras na luta contra a extinção em massa.
“Desde o início, nossa missão foi clara: revolucionar a história com a desextinção de espécies perdidas”, declarou a Colossal em comunicado oficial divulgado na segunda-feira (7).
Com a volta do lobo terrível, um animal até então limitado à cultura pop e registros fósseis, a fronteira entre ficção científica e realidade parece cada vez mais tênue.