A disputa comercial entre Estados Unidos e China ganhou um novo e agressivo capítulo nesta quarta-feira (16), com o anúncio de uma tarifa de 245% sobre produtos chineses importados. A decisão, divulgada em documento oficial da Casa Branca, pegou de surpresa até o governo chinês, além de alarmar gigantes da indústria de tecnologia.
Novo tarifaço surpreende: falta de transparência no cálculo
A medida marca um salto expressivo em relação à tarifa anterior de 145%, anunciada na última semana. O documento divulgado pelo governo dos EUA, no entanto, não traz detalhes sobre a metodologia usada para calcular a nova alíquota, alimentando dúvidas sobre sua precisão — inclusive a possibilidade de erro de digitação.
O único esclarecimento fornecido pelas autoridades americanas afirma que as novas tarifas são “uma forma de nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA”. No entanto, a falta de explicações técnicas provocou críticas de economistas e diplomatas.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, comentou ao Global Times:
“Podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas.”
Tensões comerciais pressionam setor de tecnologia
As grandes empresas de tecnologia estão entre as mais impactadas com a escalada da guerra tarifária. Companhias como Apple, Intel e NVIDIA se movimentaram para evitar prejuízos. A Apple, por exemplo, importou 1,5 milhão de iPhones da Índia para os EUA em seis aviões cargueiros, antecipando-se ao tarifaço.
Já empresas como a Nintendo adiaram o lançamento de novos produtos. A pré-venda do Nintendo Switch 2, que seria iniciada em 9 de abril, foi suspensa por tempo indeterminado. A fabricante japonesa quer avaliar como o aumento da tarifa impactará os preços finais do console, que não é contemplado pela isenção temporária concedida a outros itens.
Isenções parciais e renegociações internacionais
Apesar da nova taxa de 245%, alguns produtos, como smartphones e processadores, continuam temporariamente isentos — pelo menos por enquanto. O governo dos EUA também suspendeu por 90 dias a aplicação dessas novas tarifas a produtos vindos de outros países, com o objetivo de renegociar condições comerciais.
A iniciativa, no entanto, reforça a incerteza em torno das futuras relações comerciais entre os dois países e seus impactos globais. A guerra comercial que teve início ainda na gestão de Donald Trump continua se intensificando, com poucas perspectivas de resolução a curto prazo.