Apenas um dia após a Electronic Arts (EA) chocar a indústria ao anunciar o cancelamento de seu jogo do Pantera Negra e o fechamento do estúdio responsável, Cliffhanger Games, supostas artes conceituais e detalhes intrigantes da trama do projeto começaram a circular na internet nesta quinta-feira (29/5). As informações, se confirmadas, oferecem um vislumbre do que poderia ter sido uma ambiciosa aventura em Wakanda. É importante ressaltar que este projeto é distinto de “Marvel 1943: Rise of Hydra”, jogo do Pantera Negra e Capitão América em desenvolvimento pela Skydance New Media, que, até onde se sabe, continua em produção.
O que revelam os supostos vazamentos: Filho de T’Challa, Skrulls e uma Wakanda reimaginada
Um usuário no Twitter, conforme observado pelo site VGC, compartilhou o que alega serem informações e visuais do jogo cancelado. Segundo essas postagens, o game colocaria o jogador no papel do filho de T’Challa, e os temíveis Skrulls seriam os principais antagonistas da narrativa.
O vazamento também descreve uma cena que teria sido vista por participantes de uma pesquisa de mercado: Azari, o filho de T’Challa (apontado como um dos vários personagens jogáveis), enfrentaria o próprio T’Challa em um combate ritual. Este momento seria dramaticamente interrompido pela descida de uma nave Skrull, que sequestraria o Rei de Wakanda.
As supostas artes conceituais que acompanham os relatos pintam um quadro vibrante de Wakanda, mostrando alguém no traje do Pantera Negra observando um grande mapa holográfico, imponentes esculturas de gorilas em caminhos montanhosos, um exuberante templo na selva e uma metrópole wakandana com fontes relaxantes. Imagens de um homem musculoso, pessoas em trajes formais e um Skrull também fariam parte do material vazado, além de uma cena aérea de uma nave sobrevoando uma cidade próxima a um deserto.
“Parte meu coração”: Desenvolvedores lamentam o fim de um projeto “especial e deslumbrante”
A notícia do cancelamento, divulgada na quarta-feira (28/5), gerou uma onda de comoção entre os desenvolvedores que trabalharam no título. Nas redes sociais, muitos expressaram sua tristeza e orgulho pelo projeto abortado. A artista conceitual Karla Ortiz, que integrou a “incrível equipe”, descreveu o jogo como “detalhado, rico, belo” em uma postagem no Bluesky. “Parte meu coração que o mundo não o verá. Também parte meu coração dizer adeus à equipe. Que honra trabalhar com todos vocês. Que dia triste”, lamentou Ortiz, acrescentando que todos estavam “muito animados para mostrar ao mundo! Foi realmente especial… Era lindo e com tanto cuidado.”
Sophie Mallinson, diretora de design de jogos, afirmou ainda estar “processando a notícia” e teceu elogios aos colegas: “Esta é uma equipe dos sonhos e vocês deveriam contratar qualquer um que estivesse trabalhando neste projeto. É tão triste que talvez nunca vejamos um RPG de ação de Pantera Negra desenvolvido pelos criadores do Sistema Nemesis!!”, referindo-se ao histórico de Kevin Stephens, chefe do estúdio, com a Monolith Productions. Freddie Lee, arquiteto sênior de ambientes, também compartilhou seu apreço pela Cliffhanger Games, destacando a inspiração vinda da arte de colegas como Karla.
Um potencial ambicioso visto de fora: “Especial, mesmo em estágios iniciais”
A promessa do jogo do Pantera Negra também era percebida por quem estava de fora da Cliffhanger Games. Rayme Vinson, ex-diretor de design de sistemas da Respawn Entertainment, revelou ter tido um vislumbre do projeto quando a EA encerrou outro título (um FPS de Star Wars). “O que eles estavam construindo era ambicioso e especial, e eu estava realmente animado para jogá-lo algum dia, mesmo que eles tivessem feito apenas [um quarto] do que planejaram”, escreveu Vinson, atestando o potencial do game mesmo em seus estágios iniciais.
Antes do cancelamento, sabia-se que o jogo seria uma aventura original, em terceira pessoa e para um jogador, em colaboração com a Marvel Games. Kevin Stephens havia declarado o objetivo de oferecer aos fãs “uma experiência definitiva e autêntica de Pantera Negra, dando a eles mais autonomia e controle sobre sua narrativa”.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
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