Jackie Chan, o icônico astro honconguês de 71 anos, conhecido por suas acrobacias e carisma inigualáveis, revelou em uma entrevista recente à revista People detalhes de uma história familiar digna de um roteiro de filme de espionagem e drama. Enquanto promovia seu novo longa, “Karatê Kid: Lendas”, Chan relembrou o momento chocante em que descobriu o passado secreto de seus pais: seu pai, Charles Chan, foi um espião, e sua mãe, Lee-Lee Chan, uma contrabandista de ópio.
“Tenho um segredo para te contar”: A chocante confissão do pai espião
A revelação, segundo Jackie Chan, ocorreu de forma abrupta e inesperada. Ele já tinha “40 e poucos anos” quando seu pai, Charles Chan (1914-2008), durante um trajeto de carro, “se virou para ele” e disse: “Tenho um segredo para te contar. Filho, estou velho. Posso dormir e nunca mais acordar”. Em seguida, veio a bomba: “Meu pai era um espião”, resumiu o ator.
A notícia deixou Chan “muito chocado”. Inicialmente, ele sentiu que não conseguia processar a explicação de seu pai sobre seu passado como agente do governo durante a Guerra Civil Chinesa nos anos 1940. “Depois, mais tarde, cinco horas depois, eu disse: ‘ok. Agora estou pronto'”, relembrou o astro sobre o tempo que precisou para absorver a informação.
Mãe contrabandista e um amor improvável: O início da família Chan
Mas as surpresas não pararam por aí. Sua mãe, Lee-Lee Chan (1916-2002), também guardava um passado secreto: ela havia sido uma contrabandista de ópio. A história de como seus pais se conheceram é ainda mais cinematográfica. Durante uma viagem de trem onde Lee-Lee transportava a droga para venda, ela foi revistada justamente por Charles Chan, que atuava como agente.
Apesar de ter confiscado o ópio, Charles se apaixonou por Lee-Lee e decidiu não prendê-la. O encontro inusitado deu início a um romance, que culminou em casamento e, em 1954, no nascimento do filho que se tornaria uma lenda do cinema mundial. Profundamente tocado pela história de seus pais, Jackie Chan encomendou o documentário “Traces of a Dragon: Jackie Chan & His Lost Family” (Os Rastros do Dragão: Jackie Chan e Sua Família Perdida), lançado em 2003, que narra essa incrível saga familiar.
“Muito arteiro”: A infância rebelde que o levou às artes marciais e ao estrelato
Na entrevista à People, Chan também relembrou sua própria infância. “Eu era muito arteiro. Muito arteiro, nunca ia à escola. Todos os livros na minha mochila? Eu sempre jogava fora”, contou ele, rindo. Essa rebeldia levou seus pais a matriculá-lo em uma rigorosa escola de artes marciais e ópera chinesa, uma decisão que, ironicamente, pavimentou o caminho para sua carreira de sucesso. Foi nessa instituição que ele aprendeu “todo tipo de habilidade” que mais tarde o consagraria nas telas.
De Hong Kong a Hollywood: Uma lenda construída em ação e carisma
A disciplina e o talento adquiridos na escola de artes marciais transformaram o jovem arteiro em um dos maiores astros de ação do planeta. Com uma filmografia que inclui clássicos do cinema de Hong Kong como “O Mestre Invencível” (1978), “Dragões para Sempre” (1988) e “O Lutador da Rua” (1990 – título como fornecido, embora possa se referir a diferentes filmes dependendo da tradução e época), Jackie Chan conquistou o Oriente.
Posteriormente, seu carisma e estilo único de luta cômica o levaram a Hollywood, onde estrelou blockbusters como a trilogia “A Hora do Rush”, o remake de “Karatê Kid” (2010) e “Missão Quase Impossível” (2010).
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.
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