A impressionante demonstração técnica de “The Witcher 4”, exibida durante o evento State of Unreal da Epic Games na última terça-feira (3/6), deixou os fãs da franquia em êxtase com vislumbres de Ciri no reino de Kovir e a promessa de visuais deslumbrantes na Unreal Engine 5. No entanto, o diretor do jogo, Sebastian Kalemba, veio a público para alinhar as expectativas: o que foi mostrado é uma vitrine das capacidades da engine e da ambição do estúdio, e não uma demonstração direta do RPG como ele será em seu lançamento.
“Não é uma demo do jogo em si”: O esclarecimento crucial de Sebastian Kalemba
Após a transmissão, que exibiu Ciri explorando uma cidade detalhada em Kovir e uma “anatomia hiper-realista de cavalo” rodando em um PlayStation 5 a 60 quadros por segundo com ray tracing, Sebastian Kalemba utilizou suas redes sociais para fazer um esclarecimento importante. “Uma coisa superimportante para lembrar: esta não é uma demo do jogo em si, mas sim uma demonstração da engine e seus recursos”, escreveu o diretor.
Ele explicou que a demo “mostra tanto nossa ambição para o jogo quanto os recursos da engine que impulsionam The Witcher 4”, sendo uma “prévia e demonstração do que é possível nesta fase de desenvolvimento, graças ao esforço conjunto de todos”. Kalemba também ressaltou que, embora a demonstração tenha sido executada em um PS5, a tecnologia subjacente “funciona em todas as plataformas em que o jogo será lançado”.
Parceria com a Epic Games e o poder da Unreal Engine 5
A qualidade visual e técnica da demonstração é, segundo Kalemba, um “resultado direto da parceria estratégica que anunciamos em 2022 entre a CD Projekt Red e a Epic Games”. Ele descreveu o trabalho conjunto dos estúdios para “desenvolver novas ferramentas e aprimorar os recursos existentes na Unreal Engine 5”, evidenciando uma colaboração profunda para otimizar a engine para as necessidades de um RPG de mundo aberto complexo como “The Witcher”.
“Valeu a pena”: A transição da RED Engine para a Unreal Engine
A decisão da CD Projekt Red de abandonar sua engine proprietária, a RED Engine, em favor da Unreal Engine 5 para a nova saga de “The Witcher” foi um movimento significativo. Julian Girbig, animador técnico sênior da CDPR, comentou sobre essa transição após a apresentação no State of Unreal. “Nos divertimos muito com a Unreal”, disse ele, elogiando a engine e seus recursos.
Girbig afirmou que a escolha pela Unreal Engine 5 foi “bem pensada” e resultado de uma avaliação criteriosa de diversas engines, concluindo que ela é a “ferramenta certa para nós no futuro, especialmente quando migramos para vários projetos diferentes ao mesmo tempo”. Ele enfatizou que a CDPR não perdeu nenhuma capacidade com a mudança: “Estamos trazendo a experiência que já temos da RED Engine, todo o mundo aberto AAA com streaming… agora estamos transferindo para especialistas que também desenvolvem engines há anos… Veja Fortnite. E é essa combinação que nos torna realmente fortes.” Para Girbig, a demo apresentada “realmente mostra que valeu a pena, o trabalho que investimos está valendo a pena”.
Emoção dos fãs e a gestão de expectativas
Apesar do esclarecimento de que não se trata de uma amostra do jogo final, a demonstração técnica – que incluiu um monstro não visto em “The Witcher 3”, a já mencionada anatomia equina e os cenários de Kovir – certamente elevou ainda mais a empolgação dos fãs. Como o autor do texto original que baseou esta notícia observou, mesmo sabendo que é uma prévia tecnológica, é difícil “não ficar ainda mais animado com o RPG que ainda não chegou”.
O recado de Sebastian Kalemba para “manter essas expectativas sob controle” é um lembrete importante de que o desenvolvimento de jogos é um processo longo e iterativo. No entanto, a ambição demonstrada e a aparente sinergia entre a CD Projekt Red e a Unreal Engine 5 são sinais promissores para o futuro de Ciri e do universo “The Witcher”.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
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