A CD Projekt Red (CDPR), desenvolvedora da aclamada série The Witcher, não está alheia ao sucesso retumbante de outros RPGs que redefiniram o gênero nos últimos anos. Desde o reinado de The Witcher 3: Wild Hunt, títulos como Baldur’s Gate 3 e o mais recente Kingdom Come: Deliverance 2 (lançado em 2025, conforme o contexto original) não apenas conquistaram prêmios, mas também o coração dos jogadores, estabelecendo novos paradigmas que podem reverberar diretamente no desenvolvimento do aguardado The Witcher 4.
Novos paradigmas no RPG: o impacto de Baldur’s Gate 3 e Kingdom Come 2
The Witcher 3 é, inegavelmente, um marco na história dos videogames, elevando a narrativa, a construção de mundo e a profundidade dos personagens no gênero RPG a um patamar raramente visto. Por anos, serviu como régua para medir novas produções. Em 2023, Baldur’s Gate 3, da Larian Studios, provocou um impacto similar, sendo aclamado por sua liberdade de escolha, personagens complexos e mecânicas intrincadas. Mais recentemente, Kingdom Come: Deliverance 2 (KCD2) trouxe uma proposta de realismo implacável e uma simulação medieval visceral que cativou um público ávido por experiências mais cruas e desafiadoras.
Esses dois expoentes recentes do gênero RPG demonstram a evolução constante do mercado e as novas expectativas dos jogadores. A CDPR, ciente dessas mudanças, parece disposta a absorver aprendizados valiosos para moldar o futuro de sua principal franquia.
A admiração por Kingdom Come 2 e a busca por simulação em The Witcher 4
Em uma conversa recente com o portal PC Gamer, Adam Badowski, co-CEO da CD Projekt Red, revelou que a empresa “observa com interesse” os concorrentes de The Witcher 4, com um destaque especial para Kingdom Come: Deliverance 2. Badowski não escondeu seu entusiasmo pelo título: “Eu adoro Kingdom Come pelo realismo, pela sensação, pelo senso de humor. O tipo de simulação de Kingdom Come é ótimo”, afirmou. Ele complementou, ressaltando a capacidade do jogador de influenciar o mundo como um aspecto desejável: “Há tantas opções, você pode mudar o mundo, é superlegal. E gostaríamos de manter isso, gostaríamos de seguir essa tendência também.”
As declarações sugerem que os “aspectos mais simulacionais e de sistemas de KCD2” são precisamente o que chamam a atenção da CDPR. Essa inclinação para um maior realismo e sistemas de jogo mais dinâmicos pode ser uma das direções que The Witcher 4 tomará, buscando oferecer uma experiência ainda mais imersiva e reativa às ações do jogador.
Baldur’s Gate 3: lições valiosas, mas um caminho distinto para a franquia
Baldur’s Gate 3 também figura nas discussões internas da CDPR, embora sua influência possa ser menos direta que a de KCD2. A desenvolvedora polonesa reconhece a maestria da Larian Studios na criação de personagens memoráveis e na oferta de uma liberdade de escolha impressionante. “Também há ótimos personagens [em BG3], mas às vezes suas escolhas, devido à liberdade de escolha no trabalho da Larian, te levam a usar truques diferentes dos nossos,” ponderou Badowski. Ele acrescentou que é natural observar e aprender com jogos de escopo similar, especialmente no que tange à reação dos jogadores a diferentes abordagens.
Contudo, Michał Nowakowski, o outro CEO da CDPR, fez questão de delinear as fronteiras dessa inspiração: “Para deixar mais claro, definitivamente não faremos um jogo como a Larian fez. Esse é o tipo de jogo que eles podem fazer.” Apesar disso, ele admitiu que “muitas coisas sobre como os personagens podem interagir com o mundo e o que ele faz certamente nos inspiraram.”
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.
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