O Brasil se despede de um de seus maiores e mais queridos atores. Francisco Cuoco, um ícone que marcou gerações e ajudou a moldar a história da teledramaturgia nacional, morreu nesta quarta-feira, 19 de junho, aos 91 anos. A informação foi confirmada pela família do ator à imprensa.

A internação e os últimos dias

Cuoco estava internado há cerca de 20 dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e permanecia sedado desde então. Segundo sua irmã, Grácia, com quem ele vivia, o ator enfrentava complicações de saúde relacionadas à idade e a um ferimento que acabou infeccionando. Recentemente, o próprio ator havia revelado em uma entrevista que, devido a limitações de mobilidade, estava sendo acompanhado por cuidadores em seu dia a dia. A causa oficial da morte não foi divulgada.

O galã que definiu uma era

Com uma carreira que se estendeu por mais de seis décadas, Francisco Cuoco se tornou sinônimo de sucesso e carisma na televisão brasileira, principalmente nos anos 1970. Nascido no bairro do Brás, em São Paulo, em 1933, ele abandonou o curso de Direito para seguir a paixão pelos palcos, estudando na prestigiada Escola de Arte Dramática (EAD).

Sua carreira começou no teatro, integrando companhias históricas como o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), ao lado de nomes como Fernanda Montenegro. Após passagens pela TV Tupi, Record e Excelsior, ele estreou na TV Globo em 1970, onde se consolidou como um dos maiores galãs do país. Protagonizou uma sequência de sucessos avassaladores que pararam o Brasil, como “Selva de Pedra” (1972), “O Semideus” (1973), “Pecado Capital” (1975) e “O Astro” (1977).

Seus personagens, muitas vezes heróis íntegros e carismáticos, conquistaram o coração do público e estabeleceram um novo perfil de protagonista na TV. Sua parceria em cena com a atriz Regina Duarte se tornou uma das mais famosas e recorrentes da história das novelas.

Um artista versátil e um legado duradouro

Além de seu trabalho na televisão, que continuou nas décadas seguintes com papéis em novelas como “Passione” (2010) e “Segundo Sol” (2018), Cuoco também se dedicou ao cinema e ao teatro, e chegou a gravar discos.

Seu último trabalho na TV foi no especial “Juntos a Magia Acontece”, em 2020. No início deste ano, sua trajetória foi celebrada na série documental “Tributo”, do Globoplay, uma homenagem que permitiu ao público revisitar a carreira de um ator que faz parte da memória afetiva de milhões de brasileiros.

A partida de Francisco Cuoco deixa uma lacuna imensa na dramaturgia nacional. Ele não foi apenas um ator talentoso, mas um verdadeiro pilar na construção da identidade da televisão brasileira, um galã eterno cujo legado permanecerá vivo nas inúmeras obras que estrelou e no coração do público que o aplaudiu por mais de 60 anos.

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