Atenção: este texto contém spoilers massivos da temporada final de Round 6.
A terceira e última temporada de Round 6 chegou à Netflix nesta sexta-feira (27) e, assim como os jogos mortais da trama, deixou seus espectadores em um estado de divisão extrema. O desfecho da saga de Gi-hun está provocando reações “8 ou 80” na internet, com uma parcela do público o aclamando como uma obra-prima e outra o condenando como uma das piores conclusões da história da TV. A polarização é visível na nota do público no site Rotten Tomatoes, que no momento da publicação deste texto, marcava exatos 50%.
A internet se tornou um campo de batalha de opiniões. De um lado, espectadores extasiados. “Foi o drama mais chocante e divertido que já vi. É a melhor série da minha vida”, escreveu um fã. “Para mim, esta é uma das melhores séries que assisti nos últimos 10 anos, sem dúvida um ótimo final para uma série fantástica. É macabra, emocionante e cativante!”, elogiou outro.
Do outro lado, a decepção é igualmente intensa. “Criei uma conta só para avaliar a pior série que já vi”, desabafou um usuário. “Uma conclusão muito decepcionante para uma história que seria ótima. […] A terceira temporada é talvez a pior maneira que eles poderiam ter decidido encerrar a história de Gi-hun. Estou com o coração partido”, lamentou outra espectadora.
O final que causou a polêmica
Mas o que, afinal, dividiu tanto as opiniões? O desfecho da série, escrito e dirigido pelo criador Hwang Dong-hyuk, optou por um caminho ousado e agridoce. No último episódio, o protagonista Gi-hun (Lee Jung-jae) finalmente se sacrifica para salvar a vida de um bebê, o participante 222, que havia sido inserido nos jogos.
Após a morte de Gi-hun, o Front Man (Lee Byung-hun), ao ver a guarda costeira se aproximando, aciona a autodestruição da ilha. Ele, no entanto, resgata o bebê e o entrega a seu irmão, Jun-ho. Em seguida, o Front Man viaja para Los Angeles para entregar os ganhos de Gi-hun (e sua jaqueta ensanguentada) à filha do protagonista. É nos momentos finais que vem a maior surpresa: uma participação especial da atriz Cate Blanchett, que aparece como uma recrutadora para uma nova edição dos jogos, agora em solo americano, preparando o terreno para um spin-off.
O contraste com a crítica especializada
Enquanto o público se divide, a crítica especializada parece ter chegado a um consenso mais positivo. A temporada final ostenta uma nota de 82% no Rotten Tomatoes, com muitos analistas elogiando a coragem da conclusão. A análise cinco estrelas do site VGC, por exemplo, descreveu a temporada como “surpreendentemente excelente”, com “um enredo totalmente destemido em dar grandes e ousadas mudanças”.
A polarização entre público e crítica mostra que o final de Round 6 é, acima de tudo, provocativo. Alguns espectadores enxergaram na redenção e no sacrifício de Gi-hun uma mensagem poderosa sobre esperança e gentileza em meio à depravação. Outros, no entanto, sentiram que o desfecho trágico e a introdução imediata de um spin-off traíram a jornada do personagem que aprenderam a amar. Com todos os episódios já disponíveis, o debate sobre o legado de uma das séries mais importantes da história da Netflix está apenas começando.
Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.
Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.
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