A cultura do Rio Grande do Sul perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas. Morreu na noite desta segunda-feira (30), em Porto Alegre, a cantora, compositora e acordeonista Mary Terezinha, aos 79 anos. A notícia foi confirmada por sua filha, Liane Teixeira. Mary se eternizou no imaginário popular como a grande parceira de palco e de vida artística do ícone Teixeirinha, com quem formou uma das duplas mais queridas e bem-sucedidas da história da música gaúcha.
Segundo a filha, a artista faleceu em casa, de forma serena, enquanto assistia televisão. “A mãe foi uma pioneira das mulheres, tanto na vida artística quanto na vida pessoal. Ela não escondia quem era, era autêntica. Morreu em paz”, declarou Liane, emocionada, ao celebrar o legado da mãe.
Uma pioneira nos palcos e na vida
Nascida Mari Terezinha Cabral Brum, a artista gaúcha foi uma verdadeira desbravadora. Em uma época em que o cenário da música tradicionalista era predominantemente masculino, Mary Terezinha se impôs não apenas com sua voz marcante, mas também com seu talento como instrumentista, especialmente no acordeão. Ela quebrou barreiras e abriu caminho para inúmeras outras mulheres que sonhavam em ocupar os palcos.
Sua autenticidade, citada pela filha, era uma de suas marcas registradas. Ela vivia sua arte com a mesma intensidade e verdade com que conduzia sua vida pessoal, tornando-se um símbolo de força e representatividade que influenciou gerações de artistas.
A parceria que marcou uma era
O nome de Mary Terezinha é indissociável do de Teixeirinha. A parceria dos dois, que começou na década de 1960, transcendeu a música e se tornou um fenômeno cultural. Juntos, eles estrelaram filmes de grande sucesso de bilheteria, como Coração de Luto, e gravaram dezenas de canções que se tornaram clássicos do cancioneiro gaúcho.
Ela não era apenas uma coadjuvante, mas uma peça fundamental no sucesso da dupla. O contraponto de sua voz, seu carisma e seu talento musical complementavam a figura de Teixeirinha, criando uma química que cativou o público por mais de duas décadas. A união artística e pessoal dos dois se tornou uma das histórias mais famosas da cultura popular do sul do país.
