Em uma declaração que vai na contramão da tendência dos universos cinematográficos, o diretor e co-chefe da DC Studios, James Gunn, revelou sua filosofia para o futuro da DC: ele quer que os filmes e séries funcionem, em sua maioria, de forma independente, sem que o público precise assistir a todos os lançamentos para entender cada história. A revelação foi feita em Londres, durante a divulgação de Superman, que estreia nesta sexta-feira (11).

Mesmo com Superman se preparando para introduzir diversos outros heróis, como a Mulher-Gavião e o Lanterna Verde Guy Gardner, Gunn garantiu que o filme é uma experiência surpreendentemente contida e focada em seu protagonista. Ele explicou que essa será a regra, e não a exceção.

Uma resposta à “fadiga de universo compartilhado”?

A abordagem de Gunn parece ser uma resposta direta à chamada “fadiga de super-heróis”, que muitos analistas atribuem à necessidade de acompanhar dezenas de produções para entender a trama principal de um universo. “Em termos do Universo DC em geral, quero que os filmes e as séries de TV sejam, em sua maioria, independentes”, afirmou o diretor.

“Não quero que tudo dependa um do outro. Não penso nisso tanto como uma longa história em que todos precisam absorver cada pedacinho”, continuou. Para ele, a ideia é outra: “Penso nisso como a criação de um universo, e então as pessoas podem participar e contar pequenos pedaços da história de todos os cantos desse universo.”

As conexões existirão, mas não serão obrigatórias

Isso não significa que o novo DCU não será conectado. Gunn esclareceu que haverá, sim, algumas histórias que se cruzarão com o tempo, mas elas não serão a norma. Ele deu um exemplo concreto: “Na verdade, a segunda temporada de Peacemaker está muito conectada ao Superman“.

No entanto, ele reforçou que seu objetivo principal é que cada projeto possa ser apreciado individualmente. “Não precisa ser assim [tudo conectado], e eu quero que as pessoas possam aproveitar qualquer peça específica de entretenimento por si só”, concluiu.

A pedra fundamental do Capítulo Um

Superman, estrelado por David Corenswet, Rachel Brosnahan e Nicholas Hoult, é o filme que inaugura o Capítulo Um: Deuses e Monstros do novo DCU. Ao estabelecer desde o início que a qualidade de uma história individual é mais importante do que uma “meganarrativa grandiosa”, Gunn envia um sinal claro para o mercado e para o público sobre suas prioridades.

A estratégia busca construir um universo que se sinta rico e expansivo, mas sem a obrigação de uma “lição de casa” para o espectador. A estreia de Superman neste fim de semana será o primeiro grande teste para saber se essa filosofia mais flexível e focada em boas histórias individuais é o que o público estava esperando.

Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema. Jornalista, assessor de imprensa.

Apaixonado por histórias que transformam. Todo mundo tem a sua própria história e acredito que todas valem a pena conhecer.

Contato: matheus@nosbastidores.com.br

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