Com a estreia de Superman nos cinemas, James Gunn consolida seu posto como o novo arquiteto do Universo DC (DCU), mas ele não sente nenhum pingo de culpa por ter “trocado de lado” após anos de sucesso na Marvel. Em uma nova e sincera entrevista ao podcast “Armchair Expert”, o diretor e co-CEO da DC Studios foi direto ao ponto: ele não se sentiu mal por ir para a concorrência porque, antes de tudo, ele foi demitido.
“Não, eu apenas balancei a cabeça. Não me senti culpado de jeito nenhum. Quer dizer, eu tive que aceitar um emprego!”, declarou Gunn, relembrando o período conturbado de 2018. “Aceitei um emprego com pessoas de quem eu também gostava muito, e foi isso.”
A demissão, a oferta da DC e a ligação da Disney
A jornada de James Gunn entre os dois estúdios é uma das histórias de reviravolta mais fascinantes de Hollywood. Em 2018, no auge de seu sucesso com a franquia Guardiões da Galáxia, ele foi demitido pela Disney após o ressurgimento de tuítes antigos com piadas ofensivas. Na época, Gunn admitiu que “achava que sua carreira tinha acabado”.
Foi então que a Warner Bros., estúdio detentor da DC, o procurou. A oferta inicial era para que ele dirigisse um novo filme do Superman. No entanto, Gunn se sentia mais à vontade com outros personagens e, em vez disso, apresentou sua proposta para O Esquadrão Suicida (2021).
Curiosamente, no mesmo dia em que negociava com a DC, o cineasta revelou que recebeu uma ligação da Disney, que, após uma forte campanha dos atores e de fãs, estava disposta a lhe oferecer o emprego de volta.
A relação com a Marvel e a mágoa com a Disney
Apesar de sua saída conturbada, Gunn fez questão de diferenciar sua relação com a equipe da Marvel Studios da que tinha com os executivos da Disney. “Escute, tem gente com quem eu não estou muito feliz lá [na Disney], mas certamente não eram os caras da Marvel”, explicou. “Eles me apoiaram completamente. Louis D’Esposito [co-presidente da Marvel Studios] me ligava o tempo todo. Lou e Kevin [Feige] foram ótimos. Então, certamente não foram eles.”
Gunn honrou seu compromisso e retornou à Marvel para dirigir o aclamado Guardiões da Galáxia Vol. 3, encerrando sua trilogia. Só então, em 2022, ele “abandonou o barco” em definitivo para assumir, ao lado de Peter Safran, o comando criativo de todo o universo da DC.
O futuro do Universo DC
Agora, com o lançamento de Superman, o primeiro filme do Capítulo Um: Deuses e Monstros, a visão de Gunn para a DC começa a tomar forma. O plano do estúdio é lançar dois filmes live-action, várias séries de TV e uma animação por ano. Projetos como Supergirl e a série Lanternas, da HBO, já estão no horizonte para 2026.