O ator Benedict Cumberbatch, de 49 anos, fez uma crítica contundente à indústria da qual é um dos maiores astros, descrevendo Hollywood como “extremamente desperdiçadora”. Em uma nova entrevista ao podcast “Ruthie’s Table 4”, a estrela de Doutor Estranho falou abertamente sobre o excesso de comida, energia e materiais que ele testemunha nos sets de filmagem, e sobre o desafio de ser um ativista pela sustentabilidade dentro de um sistema tão pródigo.

Conhecido por suas transformações corporais para papéis, Cumberbatch usou sua própria dieta como um exemplo do desperdício. Ele contou que, para ganhar massa muscular para viver o Doutor Estranho, precisava fazer cinco refeições por dia, além de lanches. “É horrível comer além do seu apetite”, confessou. “Voltando à responsabilidade e à sustentabilidade, é como se dissesse: ‘O que estou fazendo? Eu poderia alimentar uma família com a quantidade que estou comendo'”, refletiu.

O desperdício sistêmico nos sets de filmagem

O ator foi além da questão da comida e listou outras áreas de grande desperdício na indústria cinematográfica. “Pense em cenários que não são reciclados, pense em transporte, pense em comida, pense em moradia, mas também em luz e energia”, enumerou Cumberbatch. “A quantidade de watts necessária para criar luz natural e consistente em um ambiente de estúdio. É muita energia.”

A “hipocrisia” e a tentativa de mudança

O indicado ao Oscar reconheceu que atores são frequentemente chamados de “hipócritas” quando falam sobre sustentabilidade, já que fazem parte dessa indústria. No entanto, ele afirmou que tenta usar sua influência para promover mudanças.

“Você não precisa dar garrafas plásticas para a equipe”, disse, citando um exemplo prático. Ele ressaltou que, tanto como ator quanto como produtor, tenta “impulsionar a iniciativa verde” nos projetos em que se envolve, buscando alternativas mais ecológicas.

O novo projeto, ‘The Roses’

Cumberbatch está atualmente em turnê de divulgação de seu próximo filme, “The Roses”, uma releitura do clássico dos anos 80, A Guerra dos Roses. No longa, ele e a atriz Olivia Colman interpretam um casal que se autodestrói durante um divórcio conturbado.

A fala sincera de Benedict Cumberbatch oferece um raro olhar interno sobre o paradoxo de Hollywood: uma indústria que produz arte e, ao mesmo tempo, gera um enorme desperdício. Sua crítica é um chamado à responsabilidade para que um dos setores mais influentes do mundo repense suas práticas em prol de um futuro mais sustentável.

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